Co-lor-rin-do. Colorir e rir. Amor e cor.
Esses são os significados do projeto Colorrindo, criado em 2016 pela dona de casa apaixonada por pintura Érika Rodrigues, de 47 anos. O projeto é desenvolvido em Instituições de Longa Permanência de Idosos, as ILPI’s, como são chamadas. São sete ao todo, cinco em Mogi Mirim e duas em Mogi Guaçu.
A ideia nasceu da sua sensibilidade de mulher em levar um pouco de carinho, sorriso, cuidado e atenção a idosos do Instituto Cel. João Leite, na região central da cidade, que fica perto de sua casa.
“Depois outras instituições ficaram sabendo do projeto e me convidaram a desenvolver com os seus idosos. Hoje é meu projeto de vida. É nele que me sinto realizada”, observa Érika, que não é formada em artes plásticas, mas faz lindas artes com os seus velhinhos.
A paixão pelo que faz salta em cada palavra dita por ela, que fez do voluntariado um caminho colorido para ela própria e, claro, para os idosos que atende.
“A questão do gênero em nada impediu de fazer o que eu quisesse fazer nessa vida, porque sou uma mulher que corro atrás, batalho pra conquistar meus objetivos, como foi com o projeto Colorrindo”, pontuou.
A iniciativa trouxe mudanças significativas para os idosos, como melhora na coordenação motora de quem tem Parkinson, estímulo para a memória, interação, comunicação, valorização e dignidade, sempre com acompanhamento de profissionais da área, revela Érika.
Em pouco o projeto cresceu tanto que existe até exposição anual no Centro Cultural, onde os idosos se sentem verdadeiros artistas. Este ano, a mostra acontece em setembro.
Ela também se transformou.
“Sou outra mulher. Era uma Érika antes e sou outra Érika depois do projeto. Aprendo muito com os idosos. Eles são cheios de vida, gostam de dançar, cantar, pintar, viver. Com eles a gente aprende a valorizar mais a vida e viver o máximo possível com o que temos”, observa.
Para as mulheres que sentem vontade de fazer algo e ficam na dúvida, Érica “Colorrindo” sugere a elas coragem.
“De forma geral, nós mulheres temos tido mais coragem para lutar por nossos direitos e espaço na sociedade, inclusive, onde há predominância masculina. Essa coragem não podemos perder nunca, seja na política, como dona de casa, como empresária, como voluntária”, disse Érika Rodrigues.