sexta-feira, novembro 22, 2024
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Erros, acertos e o futuro

A eterna e conturbada relação entre empregador e empregado fica mais evidente quando o assunto é o aumento salarial. É esse o momento vivido pelos funcionários públicos municipais de Mogi Mirim. O dissídio da categoria foi definido entre a Prefeitura e o Sindicato dos Servidores Públicos (Sinsep) na última semana e será colocado em prática após votação dos vereadores na sessão extraordinária marcada para a noite de hoje.

Ainda no mês passado, considerando um universo de mais de duas mil pessoas, uma irrisória quantidade de servidores municipais se propuseram a discutir os problemas do funcionalismo junto ao representante legal da categoria. O quórum foi de pouco mais de 20 pessoas, que concordaram com a proposta do sindicato de 13% e a reivindicação de novos benefícios. A contraproposta, do reajuste de 7% nos salários, foi aceita pelo sindicato.

O trabalhador, aquele que dedica todos os seus esforços diariamente na construção de uma cidade melhor, pode não ter gostado. A reclamação é justa, já que, é compreensível que qualquer empregado se sinta desvalorizado, seja qual for o percentual definido junto ao empregador. Essa é uma realidade que ultrapassa as fronteiras do município, um desenho geral de um país com inúmeras injustiças e contrastes.

Além do reajuste, é importante salientar também, que quase 30 categorias dentro da administração direta e indireta poderão ter aumento real que varia de 10 a 51%, aumentando os vencimentos principalmente das funções mais baixas. Dentro da negociação salarial, esse é um fator extremamente relevante, tendo em vista que nos últimos governos, as conversas para o aumento do funcionalismo público jamais abordaram a contemplação de um salário mais digno para as profissões mais desvalorizadas.

Ao colocar em pauta a possibilidade de uma reestruturação de cargos e salários, o Governo se mostra propenso a ouvir seus trabalhadores, abrindo as portas para uma ligação mais próxima e de diálogo. Decisão acertada após uma série de ações que culminaram em uma relação pouco amistosa com o funcionalismo.

Por outro lado, é perceptível e desanimador que a união da categoria ainda seja almejada por tão poucos. As mudanças não são rápidas, principalmente no que se diz respeito à correção de injustiças dentro de uma instituição cercada de burocracias, que afetam diretamente toda a comunidade. Na hora em que os interesses coletivos passarem por cima das vontades individuais, aí sim, os trabalhadores verão a força que têm.

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