A Escola Estadual (EE) Doutor Oscar Rodrigues Alves, uma das mais antigas unidades localizadas na região central de Mogi Mirim, passará a atender, a partir desse ano, em tempo integral. Outra instituição, que já segue esse modelo, desde 2014, é a EE São Judas Tadeu, situada na zona Norte da cidade.
Ao todo, os 229 alunos das sete classes de Ensino Médio da Rodrigues Alves participarão do Programa de Ensino Integral (PEI). Após ser indicada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o Conselho de Escola, órgão de natureza consultiva e deliberativa, articulado ao núcleo de direção, decidiu aderir ao PEI.
Antes da definição, contudo, foram realizadas reuniões entre a Diretoria Regional de Ensino e a direção, equipe e comunidade escolar para informar e orientar sobre o programa. Segundo a Secretaria de Estado, a educação proposta neste modelo tem como objetivo principal desenvolver jovens autônomos, solidários e competentes, com oferta de espaços de vivência para que eles possam empreender a realização das suas potencialidades pessoais e sociais.
“O Programa de Ensino Integral põe em relevo, para além de conteúdos acadêmicos, conteúdos socioculturais e a possibilidade de vivências direcionadas à qualidade de vida, ao exercício da convivência solidária, à leitura e interpretação do mundo em sua constante transformação”, complementou a secretaria.
Por isso, o protagonismo juvenil, como denomina o Estado, é um dos princípios educativos que sustentam o programa, materializado nas suas práticas e vivências. De acordo com a Educação, todas as medidas necessárias já foram adotadas. Os alunos em continuidade de estudos na Rodrigues Alves já estão matriculados nesse novo sistema, bem como estudantes de outras unidades que demonstraram interesse.
Ensino Integral
Atualmente, a rede paulista tem 593 unidades com jornada estendida em todo o Estado. No modelo adotado pela Educação de São Paulo, os estudantes cumprem uma jornada superior a sete horas diárias e professores atuam em dedicação plena, com direito à remuneração de 75% sobre o salário-base.
Nas escolas de tempo integral, os estudantes se dividem entre as disciplinas da Base Nacional Comum, eletivas, aulas experimentais, projeto de vida, clube juvenil e tutoria. Além disso, existe o fator da estrutura física (laboratórios e refeitórios) que essas escolas mantêm, determinantes no aprendizado dos estudantes.
Dados
De acordo com a Secretaria da Educação do Estado, o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), de 2016, mostra que as escolas estaduais de Ensino Médio em tempo integral avançaram mais uma vez. As unidades atingiram a marca histórica de 73,4% na comparação com 2012, primeiro ano do programa na rede paulista. O índice saltou de 2,14 para 3,71.
A evolução também é identificada entre estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, com um crescimento de 8,6% entre 2015 e 2016. O índice pulou de 5,82 para 6,32. Já os anos finais com jornada expandida, o índice permaneceu o mesmo de 2015: 3,88.
Questionada pela reportagem se o modelo será uma tendência, a secretaria informou que continuará propondo em todo Estado a ampliação do número de escolas de tempo integral, contudo a implantação dependerá da aprovação da comunidade escolar.
O que muda com o Programa de Ensino Integral (PEI)?
O PEI pressupõe inovações em componentes fundamentais da escola e do currículo, tais como:
– Jornada integral para os alunos de até nove horas e meia, incluindo três refeições;
– Currículo integralizado, matriz flexível e diversificada com orientação de estudos, preparação para o mercado de trabalho e auxílio na elaboração de um projeto de vida. Além das disciplinas obrigatórias, os estudantes contarão com disciplinas eletivas, que são escolhidas de acordo com seu objetivo;
– Escola alinhada com a realidade do adolescente e do jovem, preparando os alunos para realizar seu Projeto de Vida e ser protagonista de sua formação;
– Professores e gestores com atuação profissional diferenciada e em Regime de Dedicação Plena e Integral à unidade escolar;
– Modelo de Gestão voltado à efetiva aprendizagem do aluno e a terminalidade da educação básica e
– Infraestrutura diferenciada como salas temáticas, sala de leitura, laboratórios e Programa Acessa Escola.