Fiquei inspirada com a matéria da página C7 deste caderno que, em suas linhas, trata também sobre uma carta de amor. E então me recordei das vezes em que peguei uma folha para elaborar minhas mensagens, não necessariamente em relação a romances. Foi assim: em umas dessas ocasiões, fiz uma coisa que hoje tenho até vergonha de contar. Mas não posso negar. Sabiam que uma vez escrevi junto às minhas amigas uma carta para o Silvio Santos para conhecer o Back Street Boys? (Para quem não sabe, era uma banda pop americana formada por garotos que fez muito sucesso nos anos 1990 junto às adolescentes). A carta era enrolada cheia das frases “Eu te amo” e que visavam convencer o dono do baú a nos colocar frente a frente com a banda, hehe. Lembro que ainda solicitávamos um tradutor. Na época, estávamos na sexta série, sem condições de conversar com os americanos. Mas, pelo bom andamento da vida, esta carta não foi enviada, não sei porque, mas agradeço hehe. Imagina ter que ver o programa Em Nome do Amor no Youtube e eu descabelada por amor a uma banda. Sem comentários!
Não tenho nada contra quem gosta e tem suas bandas favoritas. É muito legal. Inclusive, faz parte da adolescência e há vários adultos que também têm seus ídolos. Vejo na escola que vários alunos (as) têm, inclusive. Luan Santana pelo que vejo é o favorito por onde passo. Mas, no meu caso, essa fase já passou e faz tanto tempo.
Mas, voltando ao assunto das cartas, fiquei lembrando de outras situações em que escrevi e nas cartas que já recebi. Tenho uma série delas guardadas em caixinhas e que, quando releio, volto ao passado e recordo de tantas histórias. Tem cartinhas, cartões postais, tem bilhetinhos de amigas que nem são mais tão próximas. Que legal que é poder revisitar as histórias!
Sem contar que quem é louco por organização vai ficar maluco agora, mas eu também guardo tantos cadernos, anotações, desenhos, que olha…nunca consigo me sentir plena. É uma loucura. Encontrei dias atrás uma apostila de um curso que fiz quando tinha 15 anos e um diário da mesma época.
As coisas mudam tanto, que tem momentos que não sei se sinto vergonha do que escrevi e já fiz, ou se me sinto feliz por ter conseguido ver as coisas por outros ângulos com o passar do tempo. Fico pensando ainda de como vai ser lá no futuro, quando eu tiver com mais de 50 anos e pegar para reler essas colunas de minha época como jornalista. Será que ainda vou mudar muitos posicionamentos? Tenho certeza que sim, e espero que sim!
Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.