Caros leitores, peço licença para parafrasear a manchete da página ACAPA no Facebook: “Espanada dos Ministérios”, que ilustra a demissão do terceiro ministro da Educação em 18 meses de governo. É o Bolsonaro cumprindo a promessa de fazer a roda do emprego girar. E gira rápido. O professor Carlos Decotelli durou cinco dias no MEC. Foi ministro sem tomar posse. Entrou vestido e saiu nu.
Primeiro, Decotelli diz ter título de doutor pela Universidade de Rosário, na Argentina. A instituição desmente. Segundo, disse ter pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Não tem. Deu no que deu. É o famoso “jeitinho brasileiro” que faz do nosso país uma piada pronta lá fora.
Diante de um currículo de conto de fadas invejável como esse, só restou ao ministro-relâmpago assinar a carta de demissão. E olha que, antes disso, presidiu o FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação).
Antes de Decotelli ocuparam a cadeira principal do MEC, no governo de Jair Messias Bolsonaro, Ricardo Velez Rodriguez, por três meses, e Abraham Weintraub, por 14 meses. Todos deixaram o governo em meio a controvérsias. E a demissão de Decotelli é apenas mais um capítulo da crise no comando da Educação brasileira.
Esse governo vem se pautando por romper com velhas práticas, muitas, de fato, condenáveis, como privilégios de grupos políticos e empresariais. Mas esse combate não pode ser feito goela abaixo. Porque tudo é política. E política é a arte da persuasão.
A educação deveria ser a válvula motriz do desenvolvimento de uma nação, como vimos na Coréia do Sul e estamos vendo na China. Que o próximo ministro tenha a persuasão necessária para fazer a engrenagem girar, sob o risco de ser mais um espanado do MEC.
Por hoje, só sexta que vem.