sábado, novembro 23, 2024
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Especial: Após 14 anos, pai e filho foram reunidos pela missão

Daniel e William juntos; relação teve início de forma inusitada

Como já deu para perceber, família é um termo que está muito ligado à Guarda Civil Municipal. É a maneira de olhar para esta importante corporação e ver a sua forma humana. Por trás das fardas, respeitadas por cada um que a usa, existem pessoas. Existem histórias! Como já dissemos, são tantas. Qualquer material com este propósito cai na vala da injustiça, por ter deixado tantas de fora.Mas há algumas que amarram tão bem a pauta, que não podem faltar. É o caso de outra relação hereditária entre guardas. Mas, esta, com um roteiro que foge do habitual. William Silvério Andrade da Silva é coordenador de equipe. Porém, aos 14 anos, trabalhava em uma lanchonete e viu o enredo de sua vida ganhar um novo capítulo.

Na Estação Rodoviária tomava sempre um café com seu tio. Certo dia, viu uma guarnição da GCM em patrulha. Lá estavam os guardas Daniel e Corato. “Eu, sempre curioso, comecei a conversar com o meu pai, mais sem saber que ele era meu pai, o gm Daniel. Queria saber como era na Guarda, como era para entrar, se prendia muito ladrão”.

O gm começou a fazer perguntas pessoais. Queria saber onde o garoto morava, pegou o endereço e foi embora passando mal. Na época, William morava com a tia por quem, era criado. A mãe, hoje falecida, morava em Itapira. “Fiquei curioso porque minha mãe falava que meu pai se chamava Daniel e morava em Mogi, mas eu nunca tive interesse de ir atrás e saber quem era. Um dia meu pai me chamou para ir na casa dele e junto com minha irmã e meu irmão contou a história, que um tempo antes havia se envolvido com minha mãe e que sempre me procurou.

Com 16 anos foi residir com o pai. Hoje, é motivo de orgulho para Daniel, que atualmente atua como vigia no Horto Florestal. “É muito gratificante ter ele lá na Guarda Municipal. Na época eu falei para ele estudar que, quando saísse o concurso, ficaria mais fácil pra ingressar na guarda. Para mim é uma alegria muito grande ter um sangue azul junto lá na Guarda”.

William foi chamado para a Guarda em março de 2000. Ou seja, está em um ano especial, de duas décadas completas na corporação que conheceu profundamente através do pai que conheceu de forma tão curiosa. E mesmo com ambos há tanto tempo no mesmo trabalho, estiveram juntos em uma operação apenas uma vez.

Foi em 2002, quando William foi auxiliar de viatura e o pai motorista, ao lado do gcm Franco. Recuperaram dois veículos roubados na zona rural. Uma missão que mostra muito de como a vida de todos é construída. Com destino traçado. Afinal, Daniel Andrade da Silva é nascido em Uraí (PR). Na década de 1970, a família sofreu com fortes geadas na plantação de café e se mudou para Mogi Mirim.

Quando Daniel já trabalhava na Jovira Veículos, recebeu a dica do cabo Leonardo. “Ele falou pra mim que estava abrindo concurso para guarda municipal e se não interessava fazer o concurso”. O agora gcm estava de saída do emprego, prestou o concurso e, em 8 de fevereiro deste ano, completou 30 anos na corporação. Metade da vida da própria GCM.

Viu muita coisa mudar. Entrou na época em que as viaturas eram o Gurgel e o Fusca. Em que, segundo ele, as condições eram precárias, sem fardas e coturnos. “Não tinha nem assoalho pra gente pisar lá. Entrava na viatura e via o asfalto”, relembra, aos risos. “Temos viatura, farda, arma e um salário bom, graças a Deus”. E graças a figuras como Daniel e William estamos mais protegidos. Graças a Guarda Civil, a sociedade cresce. Através do olhar sempre patrulheiro, protetor e amigo!

William, hoje coordenador de equipe, está na GCM desde 2020 – Foto: Adriano Polettini
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