sábado, novembro 23, 2024
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ESPECIAL DIA DA CIDADE: Comerciantes analisam os estragos da Covid-19

Se a taxa de letalidade do novo coronavírus em Mogi Mirim está em 2,6% – que é o índice de pessoas mortas dividido pelo número de casos positivos da doença –, a mortandade no comércio local pode ser multiplicada por 10.

Isso mesmo. De cada dez estabelecimentos comerciais abertos antes da pandemia, em março, três devem estar com as portas fechadas até o final do ano. A estimativa é do presidente da Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm), José Luiz Ferreira, o Zé da Pentagon.

“Até agora apuramos cerca de 22% de comércios que sucumbiram à pandemia. Mas esse índice deve chegar a casa de 30% até o final do ano. Aqueles que estão vendendo o almoço pra comprar a janta não vão aguentar a crise”, avaliou Zé Luiz.

Estudo feito pelo Sindicato do Comércio Varejista de Mogi Mirim (Sincomércio) sobre saldo de emprego ratifica a estimativa da Acimm. De janeiro a julho, o comércio de Mogi fechou 247 vagas de trabalho, uma variação de menos 6,02 referente ao estoque de empregos formais de dezembro de 2019.

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre volume de vendas identificou perdas em grande parte do comércio varejista, com destaque para o setor de vestuário e calçados, com queda nas vendas de 37,6 nos sete primeiros meses de 2020. Por outro lado, o setor de supermercados e hipermercados teve aumento de 7,1%.

“Esses números são mesmo alarmantes, mas as dificuldades vão continuar em 2021. Muitas lojas, empresas, ainda vão fechar as portas. Tem muita gente que fizeram empréstimo emergencial a 3,58% de juros ao ano, que fizeram o parcelamento do Simples Nacional e a hora que terminar essa ajuda, essas carências grande parte dos comerciantes não vão ter como pagar a conta”, observou José Antonio Scomparin, presidente do Sincomércio.

Sugestões
Para ele, minimizaria os efeitos desse tsunami causado na economia pela Covid-19 uma agência de desenvolvimento para orientar os empreendedores da cidade a como criar e tocar o seu negócio com baixo risco de falência.

Esse ponto, inclusive, está na pauta do Sincomércio encaminhado aos candidatos a prefeito da cidade. No documento, o sindicato aponta ainda incentivos para novos corredores comerciais, melhorias na iluminação pública e limpeza pública, padronização de calçamento e revitalização das fachadas do comércio, entre outros pontos, a fim de atrair mais consumidores.

Lição
Para encerrar, o presidente da Acimm diz que a pandemia deixa, ao menos, uma lição importante ao setor, que é estar sempre com as contas em dia, ter um estoque de caixa para emergências como a de agora e nunca ficar parado no tempo.

“Aprendemos que temos que saber administrar o fluxo de caixa, ter uma reserva, porque senão qualquer vendaval a gente quebra. É preciso estar atento às novidades, como as vendas online, isso é muito importante, e, claro, nós lojistas temos que manter nossos colaboradores sempre motivados, vestindo a camisa da empresa pra superar uma crise dessas. É o que desejo a todos os comerciantes de Mogi”, disse Zé da Pentagon.

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