sábado, novembro 23, 2024
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Especial “Dia do Motorista”: Ser motorista “garantiu” o casamento

O amor se revela de muitas formas. Pode ser genealogicamente ou com pessoas que nunca havíamos visto antes. E, claro, o amor por profissões, por hábitos, pelo mundo como um todo.

Priscila Aparecida Justino Alves, 39 anos e Douglas Tiago Correa Alves, 29 anos, se amam. Não nasceram na mesma cidade, já que ela é de Mogi Mirim e ele de Amparo. Mas, por aqui, estão juntos desde 1º de janeiro de 2019.

Ele motoboy. Ela técnica em enfermagem. Eles, agora, motoristas particulares, através do já famoso “Uber”. Não que isto estivesse nos planos, mas para que os votos do amor pudessem rolar de verdade, foi preciso encarar uma nova realidade.

Priscila e Douglas se casaram “no civil” em 12 de janeiro de 2019. Em dezembro do mesmo ano aconteceria a celebração “no religioso”. Mas, nada de Douglas conseguir emprego em Mogi Mirim. Chegou a atuar em Araras, mas, em um casamento recém-concebido, o fato do casal se ver só aos finais de semana não estava legal.
E aí a função de motorista surgiu como a solução. “Eu já tinha trabalhado como motogirl, ele é motoboy e resolvemos fazer Uber.Fizemos cartões, divulgamos no Facebook, com pessoas conhecidas e não só deu certo, como estamos até hoje”, revelou Priscila. Tudo começou no dia 4 de julho. No final do ano, o casamento saiu. Mas não pararam com aquilo que surgiu como complemento.

O atendimento é feito, em sua maioria, a pessoas conhecidas. São clientes que fazem contato particular, através do telefone ou do WhatsApp. Que conheceu o casal pelo contato direto de outras pessoas próximas.
Um ano depois, há até planos para que o trabalho como motorista seja a única fonte de renda. E de ir além. “A gente quer, agora, cadastrar o carro no aplicativo e ampliar este trabalho e, quem sabe, mexer só com isso”.

Não que este atual momento seja o ideal. Afinal, há cinco meses, Douglas sofreu um grave acidente de moto. Pela imprudência de outro motorista, vive entre a gratidão por estar vivo e a aflição para voltar a ficar 100% e ajudar a parceira.

“Não vejo a hora de poder voltar a dirigir e ajudar minha parceira, minha guerreira. Tudo está nas costas dela e tudo que mais quero é poder voltar para poder ajudar”.
Pela gravidade do acidente, tudo indica que Douglas não poderá mais pilotar motos, uma de suas paixões. Mas, para carros, estará liberado. Inclusive, terá na fisioterapia um processo para acelerar a retomada. Outra novidade é que, para os planos de se cadastrar em um aplicativo, o atual carro, ano 2004, deve ser trocado por um mais novo, talvez 2012.

Rotina
Mesmo antes do acidente, a rotina do casal já era intensa. Com Priscila atuando em muitas madrugadas, como técnica em enfermagem e, Douglas, como motoboy em pizzarias e lanchonetes. Pegam corridas em qualquer horário, sempre com a sintonia de um casal, que se entende com revezamentos.

Claro, para que o trabalho de motorista ajudasse na renda familiar. Mas, mesmo que haja muita necessidade envolvida, há também muito amor. E não apenas entre este casal de verdadeiros parceiros e apaixonados. Aos poucos, o que era só hobby se tornou ofício. E o ofício é feito com prazer.
“Antes de sofrer o acidente, dirigir era muito gratificante. Gosto muito de dirigir, principalmente uma moto. Amo moto de paixão”, frisou Douglas.

“Tenho prazer e adoro fazer as corridas. A jornada pode ser dupla, tripla, mas ele (Douglas) é meu parceirão. Tudo fazemos junto, inclusive ser motorista. E, nas corridas, somos ainda amigos, até psicólogos dos clientes e isso é muito bom. Unindo prazer ao trabalho, com certeza”, complementou Priscila.

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