sábado, novembro 23, 2024
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Relembrando a cobertura de uma proeza eternizada

Relembrar é viver. Até para aqueles que não tiveram a honra de vivenciar certos momentos. Durante a produção deste especial, a reportagem de O POPULAR recebeu da EPTV, emissora televisiva de Campinas, imagens de seu arquivo. São cenas que não podem ser publicadas por nós, claro. Mas, que podemos de alguma forma desenhar com palavras para refrescar a memória de quem viu aquelas conquistas de perto ou criar uma imagem mais verdadeira para quem não pôde.

Em um dos vídeos, a decisão da segunda fase, contra o Rio Branco, com direito a imagens da jogada espetacular de Oscarzinho pela esquerda, antes de cruzar para Silvinho marcar o gol salvador. Em outro arquivo, uma reportagem de um jovem Luiz Ceará, hoje um ícone do jornalismo esportivo, na cobertura da rodada de abertura da fase final, no dia 23 de novembro, diante do Taubaté, em um Palestra Itália cheio de torcedores do Mogi Mirim.

Antes do desafio, uma palavra com o volante Chicão. “É um título que falta. Você vê que é um título que a gente quer chegar. Desde janeiro fazendo uma excelente campanha e agora, mais do que nunca, estamos perto da final. E temos time para chegar”, afirmou o capitão do Sapo. Em campo, show do volante. Na entrada da área, Chicão deu um passe sensacional para Osmarzinho, que chutou forte.

O goleiro Pizelli rebateu e Henrique deu a vitória. Depois, no duelo do Pacaembu em 7 de dezembro, os gols daquele jogo, com narração e tudo e com direito à imagem de Chicão batendo escanteio da esquerda para o desvio de cabeça de um sempre heroico Silvinho, que saiu, de braços erguidos, rumo à torcida mogimiriana, celebrando o gol que manteve o Sapo firme rumo ao acesso. Novamente, arquibancadas cheias de alvirrubros.

E, para finalizar, uma matéria mais do que especial, com imagens de Sávio Monteiro e João Sardelli, assinada por Marici Salomão e Paulo Schwarz. A matéria intercalou a cobertura em Mogi Mirim e na Capital, onde, naquele 14 de dezembro, o Mogi enfrentaria o Taubaté. Por aqui, ruas do Centro vazias, mas bares lotados. Carros com bandeiras do Sapo e um buzinaço antes mesmo da bola rolar. É que, na preliminar, o gol de Serginho, para o Novorizontino, diante do Tanabi, deixava a situação do Mogi mais tranquila.

A reportagem mostrou as arquibancadas lotadas, com quase 2.000 pessoas na torcida do Mogi. Nela também estava um Chicão que, machucado, desfalcou o time no Pacaembu. Sem problemas. Aos 42 da primeira etapa, um lançamento magistral de Silvinho para a esquerda, encontrando Eliel, que invadiu a área e chutou por baixo das pernas do goleiro. O placar eletrônico, com um “Moji com j”, indicava: 1 a 0 para nós.

Depois, na etapa final, foi a vez de Miltinho receber um passe em elevação de Ederson, que fez boa jogada pela direita. O atacante, um dos coringas do time, matou no peito e de pertinho da meia lua da grande área soltou a bomba, sem deixar a bola cair no chão, estufando as redes do Burro da Central. “Uma alegria muito grande, uma coisa sensacional”, falou Miltinho à reportagem. Depois foi a vez do lateral Haroldo. “Tem que primeiro agradecer a Deus, que nos deu muita força, muita saúde. Realmente todo mundo está de parabéns”.

O entrevistado posterior foi Silvinho, um dos protagonistas da conquista. “Eu acho que a meta nós conseguimos este ano, de levar o Mogi à primeira divisão. Este era o sonho, o meu e dos meus companheiros”. Na sequência, a estrela, porém desfalque de última hora, Chicão.

“A gente fica chateado até certo ponto. Eu principalmente, que joguei quase todas as partidas, inclusive a semifinal e esta fase final, ficar de fora da última, apesar de não precisar ganhar para conseguir a primeira colocação, era um jogo de festa, a gente fica chateado. Mas, estava tranquilo lá encima porque sei da condição do Mogi. E torcendo mais do que nunca para o Mogi ser o campeão para provar que foi mesmo o melhor time da Segunda Divisão”, afirmou o volante.

Aí foi a vez de um dos construtores do acesso, Wilson Fernandes de Barros, que respondeu à colocação do repórter de que o Mogi havia prometido arquibancadas para 20 mil pessoas. “Já saiu, já está pronto. Já está alugada, tudo consumado. Dentro de 10 dias pode ir lá que já temos instalados seis mil lugares, prontinho. Nós temos toda esta arquibancada, toda preparada, muito bem montada por sinal. Pintada de vermelho e branco”, exclamou o eterno presidente. Para finalizar, o comandante da esquadra, João Magoga. “Agora é comemorar este título da Segunda para a Primeira, juntamente com a torcida, porque a torcida foi o 12º jogador, deu muita força à equipe do Mogi Mirim”.

No fechamento da cobertura em São Paulo, a festa na arquibancada lotada de mogimirianos. Depois, o retorno à repercussão em Mogi Mirim. Uma Praça Rui Barbosa lotada, com torcedores a pé, em motos, de carro e até lotando a carroceria de caminhões. Como bem disse a repórter Marici Salomão, nem mesmo a chuva atrapalhou a alegria. Foi a festa do povo. Com bandeiras e mascotes do Sapo, externavam o orgulho de ter o nome da cidade ecoado para todos os cantos com aquela histórica façanha. A plenos pulmões, gritavam para todos ouvirem. “Olê, olá… o meu Sapão está botando pra quebrar”.

PALAVRAS DE QUEM VIVEU
As memórias de pessoas que acompanharam de perto o título paulista de 1985

 

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