sexta-feira, novembro 22, 2024
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Esporte volta aos poucos, mas mogimirianos pregam cautela

Mogi Mirim completou nesta quinta-feira, 16, 125 dias do primeiro cancelamento de evento esportivo em decorrência das medidas de prevenção contra o novo coronavírus. No dia 14 de março aconteceria a abertura dos Jomm (Jogos Municipais de Mogi Mirim) que foi adiada antes mesmo do primeiro decreto municipal a respeito do assunto.

Nos dias seguintes, uma série de restrições foram apresentadas, com a consequente suspensão de competições que já estavam em andamento, como a Copa Rural de Futebol e a Copa de Futsal Adulto, organizadas pela Secretaria de Esporte Juventude e Lazer (Sejel) e a Copa Society, promovida pela Lifamm (Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim).

Outros eventos previstos para começar na sequência, ficaram à mercê das circunstâncias e tudo ainda parece distante de uma solução. Mais de dois meses após esta paralisação, veio o primeiro sinal. O Governo de São Paulo anunciou no dia 29 de maio um projeto de retomada.

O Plano São Paulo determina, a partir das avaliações do Centro de Contingência, a classificação de cada região do estado em um total de cinco fases: vermelha, laranja, amarela, verde e azul. Em cada nível há flexibilização controlada e escalonada de diferentes setores econômicos. O decreto também especifica regras sanitárias para estabelecimentos comerciais em cada uma das fases. Mogi Mirim começou na fase laranja, a segunda com mais restrições.

Paulistão
Mas e o esporte? Em São Paulo, o primeiro retorno será do futebol profissional. Após a liberação para treinos a partir de 1º de julho, o governo estadual liberou a realização de jogos sem público para a Série A1. Ou seja, apenas a elite desta modalidade está liberada.

A rodada que marca a volta do esporte em terras paulistas é a penúltima da primeira fase. Na quarta, 22, às 21h30, tem Corinthians x Palmeiras na casa alvinegra. Antes, 19h15, o Santos recebe o Santo André na Vila e na quinta, 23, às 20h, o São Paulo recepciona o Red Bull Bragantino. A tabela detalhada foi divulgada na tarde desta quinta, 16. Apenas cidades que estão na fase amarela do Plano São Paulo podem sediar as partidas.

Assim, o Ituano recebe a Ferroviária no Canindé, na Capital, a Ponte recepciona o Novorizontino na Arena Barueri, a Inter de Limeira recebe o Oeste na Arena Corinthians e o Botafogo recepciona o Guarani no 1º de Maio, em São Bernardo do Campo. Ou seja, quem tem a sede em cidades das fases vermelha ou laranja jogarão longe de casa mesmo sendo mandantes.

Além de tudo isso, os clubes também foram obrigados a seguir um protocolo rígido durante para os treinos, com testes em massa e controle sobre os casos. O volante Cantillo, do Corinthians, por exemplo, foi diagnosticado com Covid-19 na terça-feira, 14, e está fora do retorno alvinegro ao Paulistão.

Todo este cenário de protocolos, “novos normais” e incertezas é ampliado com a expectativa pela retomada de outros campeonatos, como a A2, em que a FPF pediu o retorno dos treinos para 27 de julho e dos jogos a partir de 19 de agosto, além das séries inferiores; de outras modalidades esportivas e do esporte amador em geral.

Geral
Na sexta-feira, 3 de julho o secretário de Esportes do estado de São Paulo, Aildo Ferreira, afirmou que a realização de eventos esportivos será liberada em regiões que passarem ao menos quatro semanas na fase amarela do Plano São Paulo. Ou seja, ao pensar em cenários locais, Mogi Mirim precisaria sair da fase laranja (da qual ainda não conseguiu) e ficar um mês na amarela, sem regredir. Além disso, para competições intermunicipais, há ainda a dependência do cenário nas demais localidades.

Bruno Camargo ressalta que a prioridade neste momento é a vida das pessoas | Foto: Divulgação

No handebol, por exemplo, toda a agenda foi paralisada. O técnico Bruno Camargo, da Clube Mogiano/Sejel, destacou que os clubes seguem no aguardo de um plano de retomada por parte da Federação Paulista de Handebol, organizadora do estadual e que há modelos europeus a seguir. “O problema é que a pandemia ainda não está regredindo como a gente queria. Acredito que vai ser muito difícil ter competições de base este ano no Brasil”, opinou o treinador.

Para ele, enquanto não houver vacina ou alguma forma de segurança, não será fácil obter a autorização dos pais para a presença de atletas nas equipes. Ainda em sua visão, no máximo o que pode ocorrer é um campeonato adulto ou de atletas de base, mas maiores de idade. “Eu sou contra, neste momento, o retorno de qualquer modalidade. Há pessoas doentes, morrendo e acho que o esporte pode esperar”.

O técnico pontuou ser difícil estimar o prejuízo causado pela pandemia à equipe, já que o mesmo vale para todos os clubes. De toda forma, aproveitou a parada para estudar e sente ter evoluído como treinador, esperando apenas para colocar o aprendizado em prática. Além disso, reafirmou. “Só de estar vivo e estar saudável é uma grande benção. O objetivo agora é continuar vivo. Saúde é prioridade”, enfatizou.

Amador
De volta ao Plano São Paulo, é importante enfatizar que o cenário é reavaliado a cada 14 dias. Portanto, o referencial das quatro semanas é a atualização mais recente, divulgada em Mogi Mirim no último dia 8 de julho. Partindo deste princípio, uma nova avaliação sairá no dia 22 de julho e, caso indique para o avanço à fase amarela, a retomada poderia ocorrer a partir de 19 de agosto.

Esta, obviamente, é uma visão bem otimista. Oficialmente, a secretaria municipal de Esporte, Juventude e Lazer, por exemplo, tem se posicionado com cautela sobre a retomada dos campeonatos, reafirmando, sempre, que serão seguidas as diretrizes determinadas pelas autoridades de saúde, respeitando todos os protocolos.

Ao mesmo tempo, também é óbvia a ansiedade de quem sempre esteve acostumado com as atividades e que vive a expectativa pelo retorno. Ivan Kotsura, por exemplo, técnico do Vila Chaib nas últimas edições da Série A do Amador, reafirmou o desejo de ver o futebol de volta, mas também com cautela e respeito ao momento. “Claro que faz falta e no começo a paralisação assustou a gente. Mas, depois, tendo noção do que era esta pandemia, entendemos a importância de ficar em casa, de não haver aglomerações e que o futebol tinha que ficar em segundo plano”.

Kotsura sonha com a volta do Amador, mas vê a saúde das pessoas como a prioridade total | Foto: Divulgação

Kotsura destacou a prioridade em cuidar da própria saúde e dos familiares, além dos atletas e todos os envolvidos com as equipes. “Não queremos o mal de ninguém e muito menos que alguém pegue a doença. São pelo menos 50 pessoas envolvidas em um jogo e, por mais que a gente esteja vendo o retorno do futebol profissional e isso gere ainda mais expectativa pelo retorno pra gente, é bem diferente. Eles têm todos os cuidados, médicos fazendo exames periódicos”, ressaltou.

Com tudo isso, o atual auxiliar técnico do Red Bull Mogi Mirim enfatizou que, pelos números na região, o ideal é esperar. “Você vê várias mortes, como de familiares de jogadores e aí, a minha opinião, é de que Mogi Mirim ainda não deve começar o Amador. Aliás, eu torço para que comece o mais rápido possível, este é o desejo do meu coração. Mas, como eu falei, vendo pessoas sofrendo, só dá para pensar em retomada quando tiver segurança para isso”, reforçou.

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