A edição de O POPULAR do dia 27 de maio trouxe uma reportagem que relata o caos do bairro Chácara Bela Vista, localizada no Jardim Maria Bonatti Bordignon. Ilhados dos demais pontos do cidade, os moradores dali vivem em uma realidade paralela. Serviços básicos, como coleta de lixo e policiamento, por exemplo, que são de direito da população, não chegam até o bairro.
Infelizmente, esse não é só um cenário restrito ao Bela Vista. O Parque das Laranjeiras, na zona Leste do município, é outra mostra de um mundo esquecido pelo Poder Público. Até quando situações como essas vão passar em branco? Quais providências as autoridades locais estão tomando? Ou essas pessoas não fazem parte da lista de prioridades de uma administração pública?
São muitas as perguntas e, até então, poucas respostas apresentadas. Assim como ocorre no Laranjeiras, a péssima qualidade da estrada não comporta nem a passagem de ambulâncias. Sem saber mais a quem recorrer, os próprios moradores acabam arrastando entulhos para tapar as enormes crateras na rua, esforço que acaba em vão.
Toda a problemática veio à tona na sessão de Câmara da semana passada. Na tribuna, o vereador Marcos Franco, o Marcos Gaúcho (PSB), falou sobre as extremas dificuldades de locomoção pelo local. Por experiência própria, o parlamentar, motorista da Secretaria de Saúde, disse que, por várias vezes, precisou carregar pacientes no colo devido às más condições.
É, no mínimo, inaceitável que, com tantas taxas, a população tenha que viver marginalizada, à mercê da própria sorte. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no ano passado, apontou que 90% dos brasileiros dizem que qualidade dos serviços públicos deveria ser melhor considerando o valor dos impostos.
Sete em cada dez brasileiros concordam que a baixa qualidade dos serviços públicos se deve mais à má gestão dos recursos do que à falta deles. O estudo ainda mostrou que 81% dos brasileiros acreditam que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar os impostos para melhorar os serviços públicos. Para 80% dos entrevistados, o governo deve reduzir as despesas atuais para diminuir os déficits orçamentários.
O número de brasileiros que têm a percepção de que pagam caro por serviços ruins é cada vez maior. Considerado o elevado patamar de impostos pagos no país, 90% dizem que os serviços deveriam ser melhores. Em 2013, o volume era de 83% e, em 2010, de 81%. Esses dados só comprovam que os munícipes estão cansados de ficar em segundo plano. As cobranças são altas e o retorno quase nulo. Já passou da hora do poder ser direcionado para o bem comum.
