O Estádio Vail Chaves foi interditado pela Federação Paulista de Futebol (FPF). Conforme a portaria 049, de 5 de maio de 2021, a casa do Mogi Mirim Esporte Clube aparece entre 172 estádios paulistas vetados para realizar partidas de qualquer evento esportivo, profissional ou amador, organizado pela FPF.
No caso do Alvirrubro, os motivos elencados pela entidade foram inatividade e ausência de laudos. O principal deles é o de “Condições Sanitárias e de Higiene”, que venceu em 29 de janeiro de 2021. Na nova vistoria, promovida por profissionais da Vigilância Sanitária de Mogi Mirim, o estádio foi reprovado.
A avaliação apontou que apenas 17,39% do local atendia as normas exigidas, diferentes dos 52,21% de 2020, quando, ao menos, o Vail Chaves recebeu o status de “aprovado com restrições”. De acordo com o relatório da VS, das nove inconformidades encontradas em 2020, foram feitas apenas dois. Ou seja, sete persistiram.
Já para na vistoria realizada em 2021, foram encontradas, no total, 13 inconformidades incluindo, nestas, a apresentação de documentos. Foi dado um prazo de 60 dias, a contar a partir de 19 de abril de 2021, para que o clube faça as adequações necessárias e consiga a liberação.
É importante destacar que a reprovação da vistoria da VS não implica na interdição do estádio por parte da Prefeitura, com a interrupção das atividades. Inclusive, caso fosse, o clube não teria condições de realizar as adequações exigidas. Porém, a incompetência apresentada na vistoria faz com que o clube esteja sujeito ao veto da FPF, repetindo algo que se tornou um “modus operandi” no clube desde 2017.
Segundo a FPF, na mesma portaria de interdição, para que o estádio seja liberado para receber partidas, o Departamento de Infraestrutura deverá vistoriar o estádio para avaliação e levantamento de possíveis adequações estruturais a serem realizadas; a partir da referida avaliação, o estádio deverá ser considerado apto e aprovado pelo Departamento de Infraestrutura.
E, além disso, atualizar e encaminhar os seguintes Laudos Técnicos para competições profissionais: AVCB; Prevenção e Combate de Incêndio; Saúde e Vigilância Sanitária; Segurança e Engenharia. No site da FPF, o Vail Chaves consta com a Engenharia aprovada até 22 de janeiro de 2022 e a de Segurança até 30 de novembro de 2021 (com restrições). O laudo de Prevenção e Combate de Incêndio está vencido desde 31 de outubro de 2020 e, o AVCB, desde 12 de junho de 2020.
Neste último caso, mesmo sem cumprir as adequações necessárias, a diretoria do clube se respalda em uma portaria estadual que tem prorrogado a validade dos ACVB’s devido à pandemia.
Caso não consiga reverter o cenário de reprovação dos laudos, o clube será proibido de participar da Segunda Divisão do Campeonato Paulista, ampliando o flagelo de um já judiado torcedor. Na última quarta-feira, 26, a FPF promoveu um pré-Conselho Técnico da competição, de forma virtual.
De acordo com comunicado emitido aos clubes, poderiam participar do pré-Conselho Técnico os clubes que não estão nas séries A1, A2 e A3, regulares com a filiação, sem pendências financeiras, que não estejam suspensos pela Justiça Desportiva e que apresentem a concessão de uso do estádio para os seus jogos, bem como os laudos técnicos vigentes. A reportagem não conseguiu confirmar se o MMEC, mesmo com os laudos vencidos, conseguiu participar ou não do encontro.
Vale destacar que, para quem não estivesse regularizado, o prazo seria de até um dia antes da reunião, o que indicaria o envio do link convite da FPF para entrar na sala do pré-Conselho Técnico. O pré-Conselho Técnico definiu que o Conselho Técnico principal, em será divulgado a lista de times participantes e o regulamento, será no dia 17 de junho.
Já o início do campeonato, de acordo com informações de bastidores, deve ocorrer no dia 22 agosto. A ausência de laudos neste momento não implica no veto ao MMEC de ingressar no CT do próximo mês. Porém, caso não regularize a situação a tempo, mais uma vez, o Sapão da Mogiana ficará ausente em mais uma temporada, ampliando um recorde negativo não registrado desde o hiato entre os estaduais de 1957 e 1970.