Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que Mogi Mirim possui atualmente 42.031 pessoas obesas, de uma população estimada em 90.558 habitantes, de acordo com o último censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho de 2013. A porcentagem, que corresponde a 46,41% do total da população, foi obtida pela reportagem através da Secretaria de Saúde de Mogi Mirim.
De acordo com os dados da OMS, ferramenta de estudo para a estimativa da secretaria, 52,6% dos homens sofrem com obesidade ou sobrepeso, o que corresponde a 22.404 pessoas na cidade, enquanto esta margem atinge 44,7% das mulheres, num total de 19.627 pessoas. A obesidade afeta desde crianças de quatro anos até adultos e idosos entre 50 e 60 anos. O agravante é que o problema vem crescendo em grande proporção, e em todas as idades, sobretudo entre crianças e adolescentes.
Erros alimentares, com incentivo a ingestão de alimentos calóricos, ricos em gorduras saturadas, aliado a correria do dia a dia, onde a alimentação saudável não é priorizada, são apontados como justificativas para a obesidade em Mogi. “Considero a situação difícil, mas, não impossível de ser mudada. A cada dia temos menos tempo para nos dedicar a hábitos importantes que irão refletir na nossa saúde no futuro. Acredito que campanhas conscientizando as pessoas e profissionais como nutricionistas podem fazer uma grande diferença”, frisou Geórgia Paula Gonçalves, nutricionista da Secretaria de Saúde.
Embora Mogi Mirim conte com nutricionistas em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), assim como na Vigilância Epidemiológica e na Assistência Domiciliar (Adot), a própria pessoa que sofre com a obesidade pouco faz para mudar seu panorama. “O importante é a pessoa ter a vontade de mudar e buscar ajuda. Mogi é um dos poucos municípios na região que conta com nutricionistas nas UBSs, portanto, oferece a oportunidade da população buscar ajuda e informação”, alertou Geórgia.
Problemas
Não é apenas o ganho de gordura que afeta o obeso, mas sim, uma série de fatores que prejudicam ainda mais a saúde. A obesidade pode causar doenças como diabetes, hipertensão, dislipidemias, AVC, entre outras.
Segundo Geórgia, a obesidade é considerada uma patologia e a maioria das pessoas não possui consciência disso. “Ainda hoje encontramos mães e avós que acham bonito ter filhos e netos gordinhos, para elas isso significa saúde. Com todas as informações que existem hoje isso pode mudar, já que as pessoas estão começando a ficar um pouco mais preocupadas com o peso e que isso pode acarretar outros problemas”, completou a nutricionista.
A Secretaria de Saúde informou que o Ministério da Saúde vem estruturando a Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas e dentro deste trabalho, irá construir a Linha de Cuidado a Pessoa Obesa.