quinta-feira, abril 10, 2025
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Estrada tricentenária ligava São Paulo a Goiás

Aberta em 1725 pelo 2° Anhanguera, Bartolomeu Bueno da Silva Filho e seus bandeirantes, a antiga “Estrada dos Guaiases” foi uma das maiores do Brasil. Ligava a Província de São Paulo a Goiás, iniciando em São Paulo e percorrendo por Jundiaí, Campinas, Mogi Mirim, Mogi Guaçu e finalizando em Vila Boa de Goiás, atual cidade de Goiás.

Sua abertura foi denominada pela Coroa Portuguesa com a finalidade de servir ao escoamento das riquezas minerais de Goiás e norte de Minas Gerais, principalmente ouro e pedras preciosas. Cerca de metade de sua extensão abrangia o antigo município de Mogi Mirim e o qual limitava-se com o Rio Grande que divisava com o atual Triângulo Mineiro.

Em fevereiro de 1852, o governo da Província de São Paulo enviou oficio à Câmara Municipal de Mogi Mirim, solicitando estudos para a conservação do trecho dessa estrada de nossa cidade até Campinas. Foi designada Comissão Especial composta de três vereadores mogimirianos e que chegou a seguinte conclusão e conforme consta no livro de atas de 15 de Março de 1852:

“O conserto da estrada na parte que está neste município, desde a Borda da Mata até o Rio Jaguarí Grande, compreendendo a feitura de uma ponte e aterro no brejo e seu esgotamento abaixo do Engenho de Serra, nas terras dos herdeiros de João Adorno, no rumo do campo do Pirapitingui, é de parecer que deve seguir na mata o mesmo rumo da estrada atual, e tirando algumas voltas que tem o caminho velho, entupindo-se com terra cavada com buracos e alargando-se a estrada em 18 a 20 palmos, com roçados em ambos os lados e que será queimado logo que esteja seco.”

E prosseguem os estudos contidos na ata da Câmara Municipal de Mogi Mirim:

“Que se deve fazer ao menos de 50 em 50 passos, esgotos muito bons, colocando-se na parte inferior de todos eles paus enterrados ao nível dos eitos dos esgotos, para que os carros não possam ali com seus sulcos encaminhar as águas por dentro da estrada”.

E os estudos finalizam com bem elaborados detalhes técnicos.

“Na parte em que se fizer caminho novo ou endireitar voltas, se descabece a terra arrancando os tocos e pilando suas covas. Quando se apontar o aterro e esgotamento do pântano abaixo do Engenho da Serra, que se faça a ponte com esteios, travessas e linhas pelo menos de peromirim, atravessadas com duas toras de guarantã rachados. Que se esgote com valas e alagadiço e o tanque e se faça um aterro com altura suficiente e largura de 20 palmos. Na entrada da mata, à esquerda e além do Rio Camandocaia, existem umas camadas de pedra que se tem de tirar ou desviar, se possível. Esta obra está orçada em R$ 1.200,000 (hum milhão e duzentos mil réis). Por esse preço se pode contratar ou arrematar.”

Como curiosidade, destaque-se as medidas usadas na época, palmos e passos, as madeiras guarantã e o peromirim, que eram de grande resistência e longevidade, as localizações geográficas Engenho de Serra, terras do João Adorno, Pirapitingui, as matas existentes, o uso dos carros (carros de bois). E principalmente as aptidões técnicas dos antigos vereadores e que além de suas funções naturais, também funcionavam como engenheiros! E sem ganhar nada!!!

Foram afixados editais convidando concorrentes à contratação ou arrematação dos serviços. Decidiu-se que as obras teriam duas etapas: a primeira, de Mogi Mirim até o Rio Pirapitingui e a segunda até o Rio Jaguarí. Foi vencedor da concorrência o mogimiriano Ricardo Rodrigues de Oliveira. Convém mencionar que mesmo com as modificações, a estrada do Anhanguera praticamente conservou o mesmo traçado até os dias atuais.

Túnel do Tempo: 17 de novembro de 1802 – A Câmara Municipal de Mogi Mirim outorga a patente de Capitão-Mór a José dos Santos Cruz. Na oportunidade foi registrado que a vila de Mogi Mirim possuía na época 1.065 caixas habitadas e 5.906 habitantes, entre as 10 mais populosas da Província de São Paulo.

Preceitos Bíblicos – “Bem Aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite”. (Salmo 1, 1-3)

Legenda da Foto – Em 1970, o colunista social Tonhão ofereceu um coquetel aos campeões da Segunda Divisão de Profissionais, nos estúdios da antiga Rádio Cidade. Vemos da esquerda para a direita: Toninho Diamantino, René André, Santo Rotolli, Benedito Aprígio, Benini, Maurinho Adorno, Huguinho, Bertinho, Jonas, Henrique, Dair Patelli, Guguinha, Shirley e Cecília Ribeiro.

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