Levantamento realizado por economistas da Boa Vista, parceira da Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm), apontou que a taxa de inadimplência das pessoas físicas com recursos livres encerrou o mês de março deste ano em 4,18%, após alta de 0,06 p.p. (pontos percentuais), na comparação mensal.
Conforme informaram, há muito se esperava por uma elevação na taxa de inadimplência, em função das dificuldades ocasionadas pela pandemia do Coronavírus.
O movimento chegou a ser apontado no início de 2020, quando a inadimplência tinha uma tendência de alta no final de 2019, e fechou o mês de maio a 5,60%.
O aumento neste índice ocorreu em um momento de fragilidade de vários segmentos do mercado, os quais condicionaram a isso.
A atividade econômica foi abalada pelas medidas mais severas de isolamento social no mês de março. Isso provocou insegurança do consumidor e do comércio. Para piorar, a inflação se manteve em alta.
Com este cenário, as famílias, com poder de compra reduzido, novamente tiveram de optar entre quais contas deveriam ser pagas e quais teriam de esperar um pouco mais, algo também corroborado pelo terceiro mês consecutivo de alta na taxa de atrasos, que passou de 3,24% em dezembro para 4,03% em março.
A concessão de recursos livres às famílias, que registrou alta de 6,8% no mês passado, caiu 4,9% em março, na comparação mensal dos dados dessazonalizados.
No 1º trimestre de 2021, houve um avanço de 0,74%, na comparação com o mesmo período do ano passado e, em 12 meses acumulados, a queda desacelerou, passando de 4,41% para 4,05%.
Na opinião dos economistas da Boa Vista, o 2º trimestre do ano iniciou sem grandes sinais de melhora, mesmo com a retomada parcial de alguns dos indicadores de confiança apurados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O mês de abril também marcou a retomada do programa de auxílios emergenciais, contudo, o novo programa não surtirá o mesmo efeito do anterior.
Muito criticado, o benefício distribuído às famílias teve de levar em consideração, também, o fragilizado cenário fiscal do país. Desta forma, as restrições sobre o orçamento das famílias deverão permanecer fortes.
A expectativa é de que a tese do “achatamento da curva de inadimplência” seja confirmada ao longo do ano.
A taxa, que não subiu de forma abrupta no auge da crise, deve voltar gradualmente ao patamar observado antes da pandemia, e nele ficar por um pouco mais de tempo.
A concessão, por sua vez, deve ser um pouco mais tímida, em função desse aumento esperado para a inadimplência. A queda observada na curva de longo prazo, no entanto, tende a desacelerar, devido ao efeito base, como visto nas últimas aferições.
Por fim, a taxa de juros deve continuar em trajetória de alta, em função da expectativa de novos aumentos para a Selic, bem como do spread, que tem como principal componente a inadimplência.
Negociar dívida à distância
é mais um serviço da Acimm
Pagar suas dívidas sem contato pessoal é uma alternativa proporcionada pelo Central de Recuperação de Crédito da Associação Comercial.
A partir de agora, o consumidor pode negociar suas dívidas à distância, por meio de uma ferramenta de autoatendimento. O processo é bem fácil e rápido: basta acessar o site www.acimm.com.br.
Por meio dele, o consumidor pode consultar seus débitos e negociar diretamente, sem a necessidade de constrangimento. No primeiro acesso, o visitante deve se cadastrar para, então, realizar a pesquisa.
O sistema também proporciona ao inadimplente a forma de pagamento e a geração do boleto para quitação. Vale lembrar que a Central de Recuperação de Crédito é um serviço de mediação que realiza a negociação de dívidas para empresas associadas, sem gerar desgaste entre empresa e devedor.
“Estamos facilitando a vida do devedor para que ele não precise ir até a empresa negociar. Agora, sem sair de casa, ele consegue negociar, pagar e limpar o nome”, destacou Lusinês Ubaldini, responsável pelo CRC da Acimm.
Ainda de acordo com ela, para fazer a quitação é muito fácil: ao acessar o sistema da Central de Cobrança Nacional, o visitante lançará seus dados neste. Pela internet ele poderá fazer a negociação, escolhendo a condição de pagamento desejado.
“É possível até enviar a sua proposta ou solicitar contato da CRC”, explicou.
Lusinês acredita que, com mais essa ferramenta, será possível atrair pessoas que se sentiam constrangidas em ter de ir até a central negociar a dívida. Para ela, o autoatendimento viabilizará uma negociação ainda mais justa, pois a pessoa poderá pagar de acordo com as suas possibilidades. (Da Redação)