terça-feira, abril 15, 2025
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Eu, meu irmão, meus primos e nossa fábrica de manteiga

Acordei pensando sobre o que escrever nesta semana e me deparei no Facebook com uma imagem de um copo, aqueles com canudo, com imagem da Minnie e que era da Fanta, que fez muito sucesso quando eu era pequena. Faz muito tempo, hehehe. Já tenho alguns fios de cabelos brancos, não tenho como disfarçar, e os pés de galinha também vêm chegando. Faz parte, ué. Mas, mudando de assunto, a imagem do copo me trouxe recordações infinitas da minha infância. Foi uma época cheia de transtornos em minha vida (um dia eu conto), mas o mundo de faz de conta do qual eu fiz parte foi muito legal. Eram tantas brincadeiras, era cada coisa de maluco que eu, meu irmão e meus primos criávamos no quintal da minha avó, Cecilia, e da minha tia, Vânia. Até um esboço de casa na árvore a gente já teve!
Lembro que uma vez meu avô tinha deixado uma lata, acho que era de tinta ou massa, no fundo de casa. Ficou uma substância com aparência de massinha branca dentro da lata e o que fizemos? Escondidos da minha avó, nós quatro (eu, o Rody – meu irmão, o Léo e a Ana – meus primos) inventamos que aquela massinha era manteiga e que todo o quintal era um sítio onde produzíamos, claro, a manteiga e um delicioso queijo. Até um nome para a manteiga nós criamos: se chamava Frescarina – porque era muito fresquinha. Para vender, a gente subia numa escadinha de madeira que meu avô tinha e ficávamos conversando com quem passava pela rua. Cada uma!
Mas, para fazer os produtos, que são derivados do leite, era importante ter vacas em nosso sítio fictício. Nossas vacas eram as orquídeas do meu avô. Pensando hoje, nós quase matamos as plantas. Isso porque a gente colocava água no xaxim para que saísse amarelada. Pronto, era nosso leite. Hehehehe.
Outras tantas brincadeiras ocorreram no quintal da minha avó e da minha tia … Quando me lembro desses momentos, meu coração se enche de alegria e saudade daquela época, acredito que vocês também devem sentir.
E aí que também fico contente em poder ter brincado tanto. Eu estava lendo essa semana sobre a importância do brincar e, entre os vários benefícios, é que a criança pode criar e assim dar espaço para sua imaginação, além de poder, como diz a literatura, experimentar os diversos papeis sociais. No exemplo citado sobre a brincadeira da Frescarina também eram (de maneira que eu nem pensava) trabalhadas ainda as relações, a divisão de papéis com meus primos, o desenvolvimento de uma marca, etc.
Quem gosta deste tipo de assunto pode encontrar informações em um vídeo da educadora da Universidade de São Paulo, a USP, Tizuco Morchida, ela trata sobre isso no link: https://www.youtube.com/watch?v=HpiqpDvJ7-8.

Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.

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