O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, comentou, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, na manhã de quarta-feira, 19, os desmandos do presidente da República, Jair Bolsonaro, a respeito das negociações para compra da vacina Coronavac do Instituto Butantan. Bolsonaro, em postagem na internet, em outubro de 2020, desautorizou o então ministro, afirmando que não compraria o imunizante chinês. Segundo Pazuello, a fala do presidente em nada afetou as conversas com o Butantan, e teria sido “uma posição de internet” do mandatário do país. O ex-ministro contou que João Doria gravou um vídeo com uma posição de política, afirmando que o governo federal iria comprar a vacina, e que isso causou uma reação de Bolsonaro.
PF investiga
Ricardo Salles
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é um dos alvos da Operação Akuanduba, deflagrada nesta quarta, 19, pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a Petição nº 8.975, foram expedidos mandados de busca e apreensão “de itens, bens, documentos, mídias, dados e objetos” contra Salles e mais 17 pessoas, além de cinco pessoas jurídicas – no caso, empresas, associações e madeireiras. O ministro teve também seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Moraes determinou, ainda, o afastamento de Eduardo Bim do cargo de presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A Operação Akuanduba investiga contrabando de produtos florestais.
Câmara aumenta
pena para feminicídio
A Câmara dos Deputados aprovou esta semana o aumento da pena mínima para o crime de feminicídio. De acordo com o projeto de lei, a pena passaria para reclusão de 15 a 30 anos. Atualmente, a pena mínima é de 12 anos. O projeto vai ao Senado. ”A mudança na pena é necessária até para levar à reflexão aqueles que julgam que podem tirar da mulher sua autonomia e sua vida”, disse a autora do projeto, Rose Modesto (PSDB-MS). A relatoria foi da deputada Policial Katia Sastre (PL-SP). “O isolamento social potencializou a ação dos agressores e este Parlamento deve propor uma legislação que impeça a disseminação da violência contra a mulher”, disse a relatora. Outra novidade do projeto é a tipificação do feminicídio como crime no Código Penal.
Araújo refuta
atritos com a China
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado ouviu, nesta terça-feira, 18, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, sétimo a falar ao colegiado. O ex-ministro negou que tenha causado qualquer atrito com a China “antes ou durante a pandemia” e que isso tenha dificultado a aquisição de vacinas para o Brasil. “Não entendo nenhuma declaração que eu tenha feito em nenhum momento como antichinesa. Houve determinados momentos em que, como se sabe, por notas oficiais, o Itamaraty, eu tomei a decisão, nós nos queixamos de comportamentos da Embaixada da China, mas não houve nenhuma declaração que se possa qualificar como antichinesa”, declarou.
Ricardo Nunes e o
projeto de Doria-22
Ao assumir a Prefeitura de São Paulo após a morte de Bruno Covas (PSDB), no domingo, 16, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) provocou uma mudança na correlação de forças políticas no Estado, maior colégio eleitoral do País. Aliado do PSDB, Nunes é considerado peça-chave na tentativa de levar o MDB a apoiar os projetos eleitorais do governador João Doria para 2022. Caciques emedebistas, porém, resistem ao plano e articulam alianças regionais com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva. A intenção de dirigentes tucanos é que o MDB esteja tanto na aliança nacional, em uma eventual candidatura de Doria ao Palácio do Planalto, quanto na regional, num cenário em que o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), seria o candidato ao Palácio dos Bandeirantes.