O ex-provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim, Josué Lolli, em postagem no Facebook, na manhã de terça-feira, atacou o atual provedor, Milton Bonatti, o prefeito Carlos Nelson Bueno, a vice-prefeita, Lúcia Tenório, a imprensa, a qual chama de “vendida”, e a população, que ele classifica como “cega”.

“Tudo caminhando para o poder público pedir a extinção da Irmandade e consequentemente declarar de utilidade pública a SC, com isso fecha-se o círculo. O prefeito ganha um hospital e a Unimed não tem mais concorrente na Baixa Mogiana. Tudo perfeito com a ajuda do Sr. Milton que está calado, a imprensa vendida e a cidade cega aplaudindo o salvador da pátria CNB e sua vice que, diga-se de passagem, só aparece agora com o fato consumado”, escreveu.
No texto intitulado “Verdades que precisam ser ditas!”, Lolli diz que o prefeito Carlos Nelson Bueno, assim que ganhou as eleições, suspendeu, imediatamente, os pagamentos à Santa Casa e exigiu sua saída e do tesoureiro Dílson Guarnieri. Em seu lugar, teria exigido que Bonatti fosse o novo provedor. “Junto com o Milton veio nada menos que o tesoureiro Sr. (Rogério) Manera que também é o tesoureiro do partido do prefeito”, cita a postagem.
Lolli critica a gestão de Milton Bonatti, dizendo que a primeira atitude do sucessor foi cancelar todos os convênios, que teriam gerado em 2016, mais de R$ 9,7 milhões ao hospital. “Não contente, cancelou o projeto Amigo da Santa Casa que estava dando, só de doação, mais de R$ 40 mil por mês. Ainda era pouco, fechou o Pronto Atendimento de convênios e particulares, o Laboratório, etc.”, completou.

Em outros trechos, Josué Lolli diz que Bonatti aceitou 20% a menos da receita da Unidade de Atendimento Não-Agendado (Uana) que gerou uma diminuição de R$ 2,5 milhões em 2017 e que o deputado Barros Munhoz trouxe um empréstimo que, segundo ele, ninguém sabe onde teria sido usado. “Apareceu o Barros Munhoz que disse que estava com a ajuda de São José salvando a SC, arrumou um empréstimo de R$ 13 milhões com juros provavelmente maiores e que ninguém sabe ao certo tudo que foi feito com esse dinheiro”, revela.
Em outro post, comentando sobre a notícia de que a Santa Casa passará a buscar convênios e particulares para gerar receita, Lolli se disse “enojado”. “Quanta safadeza e mentira dita por um cidadão que se diz provedor da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim”, comentou. O ex-provedor não concordou com a fala de Milton que disse que, de seus antecessores, ninguém focou em receitas do setor privado. Para comprovar o que estava dizendo, ele apresentou balanços de 2015 a 2017. Este último ano já apresentava com Milton à frente da Irmandade.
“A SC vinha aumentando a participação da sua receita de valores oriundos de receita de convênios e particulares, foi só entrar o Milton que caiu de 22,14% para 10,26% e, no ano passado, segundo o Sr. Milton declarou nos jornais, para 2%. Esse cara vem agora dizer que vai buscar convênios e particulares? O que ele fez até agora foi mandar embora essas receitas”, comentou.