No último capítulo de seu bate-papo no Boteco, o ex-volante de Corinthians e Palmeiras, Amaral, comenta sobre curiosidades e temas gerais, como Mogi Mirim, Rivaldo e o idioma italiano.
Boteco – O que representou jogar pela seleção brasileira?
Amaral – Eu comecei a jogar bola com 18, 19 anos, não esperei chegar à seleção brasileira tão rápido assim. Mas graças a Deus, pela minha simplicidade, só marcando, cheguei à seleção. Às vezes até falo com o Ronaldo, com o Rivaldo, porque naquela época eu só marcava, se eu jogasse, eu ia ser Bola de Ouro também.
Boteco – Falando um pouco do Rivaldo, como foi para vocês a chegada dele ao Palmeiras?
Amaral – O Rivaldo é um grande amigo meu, um parceiro, uma pessoa que eu gosto bastante, fico chateado das pessoas de Mogi Mirim fazerem mal da pessoa dele, acho que as pessoas que estavam ao redor dele que fizeram o Mogi Mirim chegar aonde está. Porque o Rivaldo tentou salvar o Mogi Mirim porque o que ele tem hoje na vida dele ele agradece a Deus, né, em primeiro lugar e ao Mogi Mirim por ter lançado ele, ele, como o Válber, como o Leto. E aí ele tentou voltar pra cá para tentar salvar o Mogi Mirim e as pessoas que estavam ao redor dele acabaram contaminando o trabalho dele.
Boteco – Lembra de algum jogo marcante contra o Mogi Mirim, na época de Leto, Válber, Rivaldo? Na época do Carrossel Caipira, você também estava começando… Tem alguma lembrança de jogos?
Amaral – As lembranças que eu tenho do Mogi Mirim são que a gente sempre ganhava, não tenho lembranças de que perdi, não. Mas Mogi Mirim antigamente, aquele Campeonato Paulista era um campeonato bastante forte, às vezes o pessoal dava mais importância pro Paulista que pro Campeonato Brasileiro, né? Era muito disputado, os times do interior tinham jogadores de nível de seleção brasileira e era muito difícil jogar com o Sapão, né?
Boteco – Como foi administrar se tornar um profissional do Palmeiras?
Amaral – Eu encarei numa boa, eu acho que nunca sonhei em ser jogador de futebol.
Boteco – Você não sonhava em ser jogador? Foi por acaso?
Amaral – Não, não, tive uma oportunidade, foi por acaso. Eu não sonhava, na minha cidade tinha jogadores melhores que eu, com condições melhores e não conseguiram chegar aonde cheguei. E graças a Deus, cheguei com simplicidade, humildade e depois de mais de quatro anos que eu já parei, as pessoas me tratam como se eu estivesse jogando, isso é muito gratificante.
Boteco – O que você fez quando ganhou seu primeiro dinheiro?
Amaral – O primeiro dinheiro que eu ganhei, o meu maior desejo, não vou falar sonho, meu maior desejo era dar uma casa para minha mãe. E graças a Deus eu consegui.
Boteco – Depois você teve dificuldade para administrar as finanças, teve ajuda de amigos?
Amaral – Não, não, para quem não tinha nada, tenho que levantar as mãos para o céu e agradecer todo dia.
Boteco – O que representou chegar à Itália e ter a oportunidade de jogar com jogadores como Buffon?
Amaral – Para mim, normal, eu sou um cara meio simples, tranquilo, entendeu? Não ligo, não. Acho que a única pessoa que eu adoro é o Senhor Jesus Cristo.
Boteco – Teve alguma dificuldade com o idioma?
Amaral – No começo eu tive um pouco de dificuldade com a língua, mas foi começo, depois a gente aprende. E hoje eu tenho uma amizade muito grande com o Fábio Canavarro e ele fala que eu falo melhor italiano hoje do que antes.
Boteco – Valeu, Amaral!