A iniciativa de um professor vai proporcionar a primeira Feira do Livro em Mogi Mirim, entre os dias 8 e 13 de agosto. A atitude e boa vontade de Aluizio Mercado poderia ser seguida por muitas pessoas, especialmente, pelos representantes públicos da área cultural do município. O evento, que será realizado no espaço do Centro Cultural Professor Lauro Monteiro de Carvalho e Silva, trará não só muita leitura, mas também momentos de música, danças, palestras e exposições. A feira ainda terá um espaço destinado à troca de livros.
A ideia de privilegiar a classe literária mogimiriana deveria ser algo realizado periodicamente pelo Poder Público. Funcionários públicos, muitos deles comissionados, recebem um salário para propor projetos e iniciativas que fomentem a arte, entretanto, o que se vê é uma cidade vazia de vida cultural.
Fica claro, a partir desse contexto, que a população de Mogi Mirim sempre tem que esperar por uma iniciativa particular para conseguir vivenciar uma opção de lazer em sua monótona rotina. Caso contrário, se fosse para a Prefeitura “arregaçar as mangas” e trabalhar para trazer um evento, a impressão é de que nada seria concretizado. A Administração Municipal praticamente só tem cumprido o papel de apoiar as ações.
Mais uma vez, a desculpa dos governantes pode ser atribuída à crise nacional e, consequentemente, à falta de recursos. Mas é possível, com criatividade e unindo esforços dos próprios artistas que a cidade disponibiliza, para que se crie uma agenda mais rica de eventos desse tipo.
Esse caso da feira é um exemplo de cooperativismo. A música ficará por conta da Lyra Mojimiriana, enquanto as instituições da cidade coordenarão os números de dança. A organização quer incentivar os participantes a levarem também seus títulos. É um momento não só comercial, mas de integração e troca de conhecimento.
O que tem sido visto são políticas que pouco dão importância à questão cultural. A área, como sempre, fica em última instância na lista de prioridade das gestões públicas. Desde 2014, a cidade deixou de receber a Virada Cultural Paulista. Depois vieram o cancelamento do Carnaval e, posteriormente, dos desfiles de 7 de Setembro, fato que gerou grande polêmica.
É por essas e outras que atitudes como a desse professor ainda fazem falta. Enquanto o governo continua parado, essa é mais uma prova viva de que talentos podem se unir para proporcionar um momento bom, e simples, aos munícipes.