quinta-feira, abril 10, 2025
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Expulso pela gestão de Luiz Oliveira, grupo cobra o direito de atuar no Mogi Mirim

Expulso do Mogi Mirim pelo presidente Luiz Oliveira, no dia 13, quando jogadores estavam chegando para apresentação visando a preparação para competições da Associação Paulista de Futebol e Copa São Paulo de Juniores, o grupo liderado pelo empresário sul-coreano Hyun Choi, cujo nome brasileiro é Mário, e o jogador Diego Medeiros da Silva, cobra o direito de permanecer no Estádio Vail Chaves e administrar o futebol. Mário e Silva fecharam contrato com Luiz como cessionários investidores do futebol por 5 anos. Luiz diz que os valores não foram pagos, o que permite rescisão: “O prazo venceu, não fizeram o pagamento. A gente deu mais 30 dias, mais 30, chegou quase 90. Não conseguiram. No contrato tinha cláusula de rescisão automática em caso de inadimplência”.
Luiz diz que Choi e Medeiros pagaram um valor pequeno, que nem chegaria a 1 parcela. Segundo apurou O POPULAR, o valor a ser pago em 2018 como luvas é R$ 60 mil, em 5 parcelas. A partir de 2019, o valor assumido é de R$ 400 mil divididos em parcelas durante 4 anos. Luiz diz que o grupo talvez tenha pagado apenas despesas do último jogo do Mogi no Campeonato Brasileiro da Série D, quando a gestão era dos gestores Márcio Granada e Alessandro Botijão. “Não pagaram, está rescindido. Para não falar que não pagaram nada, talvez pagou as despesas do jogo (da Série D)”, declarou.

Segunda-feira, dia 13, foi agitada no Vail Chaves, com expulsão de atletas e de grupo pela gestão Luiz. (Foto: Divulgação)

Medeiros diz que foi paga uma parcela completa. Já o restante não foi pago por divergências sobre o abatimento de valores colocados pelo grupo para acerto de dívidas como de energia elétrica. O grupo quer que esses valores sejam abatidos do contrato por problemas terem sido escondidos. “Eles não colocaram no contrato que a luz estava atrasada, cano quebrado, água não tinha”, diz o diretor de futebol do grupo, Adílio Gonçalves Rodrigues.
Luiz nega e não permite o abatimento. “Eles já sabiam dos débitos, dos problemas do estádio”, colocou.

Adílio reclama que se Luiz considera inválido o contrato, deveria buscar a rescisão judicial. “Eles estavam alegando que a gente invadiu, temos totais condições de mover o clube. Se quiserem, que venham com um mandado judicial de despejo e desocupação”, reforçou, acusando que seguranças armados tiraram o grupo do Vail. “Eles tomaram nossas chaves. O presidente chega com o filho, com dois seguranças armados, mandando expulsar a gente, todos os jogadores. Empurrando, armado, com cassetete. A gente não está ilegal. Tem contrato registrado em cartório”, colocou Adílio.

Sul-coreano Mário Choi, Paulo Sérgio, Marcos Dumas, Adílio Rodrigues e Diego Medeiros da Silva.(Diego Ortiz)

Avô de um jogador de 15 anos, José Tavares estava revoltado. “Meu neto estava lá dentro, eles tiraram, empurrando a gente”, disse Tavares.

Paulo Sérgio Batista, administrador do estádio no novo grupo, também se indignou. “Voltaram com cassetete, querendo agredir as pessoas”, declarou.

Luiz negou que seguranças estivessem armados. A Polícia Militar esteve no estádio e o grupo registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Contratos

Luiz diz que Choi e Medeiros substituíram os investidores Granada e Botijão. Porém, curiosamente, o contrato com Choi e Medeiros foi assinado em 25 de maio. A última partida na Série D foi em 27 de maio, ainda na gestão de Granada e Botijão, cujo contrato Luiz também considera rescindido. “Ele fez um contrato em cima do outro”, acusa Medeiros.

Luiz alega interdição para jogadores deixarem o Vail

Além de considerar o contrato com os parceiros Mário Choi e Diego Medeiros da Silva rescindido, o presidente do Mogi Mirim, Luiz Oliveira, aponta a interdição como outra razão para a saída do grupo do Estádio Vail Chaves. “O estádio não pode estar sendo usado, nem para treinamento”, afirmou.

No entanto, O POPULAR apurou que, embora interditado para jogos com torcida, o estádio não sofreu processo de interdição. Tanto que recebeu jogo com portões fechados em abril. Em ação civil pública de maio, o Ministério Público não pede liminar para interdição por considerar mínimo o risco atual à segurança, mas sim cobra a determinação de obras para regularizar o estádio para receber público. O MP pede à Justiça que obrigue o Mogi a fazer as obras em 6 meses sob pena de interdição, mas entende ser possível as melhorias serem feitas sem interditar o Vail.

Questionado sobre o que Luiz disse do impedimento de uso do campo, Diego questionou: “Se não podia, na antiga gestão não podia também. Por que fez o contrato se não podia?”.

Outro ponto colocado por Luiz é o Conselho Tutelar ter estado no estádio. Ao O POPULAR, a coordenadora do Conselho Gabriela Machado explicou que o problema com menores é a falta de autorizações de responsáveis e documentação relativa a escolas. Porém, o problema existiria pelos atletas terem chegado recentemente. Os documentos já estariam sendo providenciados. Segundo Gabriela, resolvida a questão, não há impedimentos dos atletas se alojarem.

Luiz Henrique de Oliveira diz que Vail Chaves não pode ter treino; MP não quer interdição.(Diego Ortiz)

Luiz disse ter avisado o diretor Adílio Rodrigues de que o grupo não poderia ficar no estádio na semana anterior, mas que foi surpreendido. “Eu expliquei: você não pode estar aqui. Ele veio, trocou tudo as fechaduras, até da minha sala, sem permissão, saiu trocando tudo”, contou Luiz.

Então, Luiz disse que permitiu que ficassem até segunda-feira, dia 13. “O clube está sem alvará. Tá tudo irregular, desocupa o clube. Cheguei aqui, em vez de ter 17 (atletas), acho que tinha 40”, reclamou.

Segundo o grupo, 14 jogadores do sub-20 já estavam no clube e, na segunda-feira, chegaram 9, que foram expulsos.

Furtos

O grupo de Choi revelou que o clube, por ter ficado abandonado, sofreu furtos, admitidos por Luiz: “Levaram todos ares-condicionados, inclusive um que eu tinha trazido da minha loja que fechei e coloquei na cozinha. Só um que eu trouxe custava R$ 18 mil. Ninguém viu, levaram tudo”.

Atletas voltam para casa, depois de pagarem R$ 690

Após pagarem R$ 690 cada um, 9 atletas da categoria sub-17 foram expulsos pela gestão de Luiz Oliveira no dia 13, quando chegaram. Os atletas foram trazidos pelo proprietário da escolinha Guerreirinhos, franquia do Fluminense-RJ, de São Carlos-SP, Marcos Aurélio Dumas.

A expulsão assustou atletas, especialmente pelo sonho de iniciarem carreira em um clube tradicional. “A gente pensou que se viesse para cá teria um futuro promissor. Faz a gente repensar, é uma coisa que nunca aconteceu comigo”, disse um dos atletas, de 16 anos, contando que os R$ 695 envolveria 6 meses no clube: “Falaram que tinha como encaixar a gente para jogar um campeonato. A gente já ia jogar em setembro, eram 4 campeonatos. Se a gente se destacasse, ia subindo de categoria”.

Dumas mantém parceria com Diego Medeiros e Mário Choi. Segundo explicou o grupo, o valor de R$ 695 se refere a alojamento para cobrir gastos, como alimentação. O valor é único e vale por 1 mês de avaliação. Depois, os aprovados não precisam mais pagar. No caso de Dumas, os atletas já vieram com aprovação certa. Se o caso não for revertido com a volta dos atletas, Dumas garante que o dinheiro será devolvido. Dumas lembra que a primeira metade do valor foi destinada a contas atrasadas do Mogi, além de 15 bolas, em compromisso entre sua empresa e a nova gestão.

Antes de voltarem a São Carlos, Dumas foi com os atletas e familiares ao plantão policial para registrar o caso ocorrido no estádio.

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