De volta ao Boteco, o ex-jogador Fábio Baiano, que esteve na cidade visitando o amigo e empresário Dadi Gonçalves (à direita na foto, na capa), aborda temas como concentração e baladas e recorda sua convocação para a seleção brasileira.
Boteco – Os técnicos ficavam em cima para os atletas não saírem à noite?
Fábio – Existe a cobrança, mas jogador é profissional, tem que saber da responsabilidade. Quando o time está ganhando, está tudo mil maravilhas. Se não acontecer, tem a cobrança.
Boteco – Então colocam a culpa na balada, mas quando está ganhando, não se fala nada, é mais ou menos assim?
Fábio – Mais ou menos isso. Não é porque o time está perdendo que o jogador está saindo, isso é folclore. Não é o time todo que sai, é um ou outro, às vezes até em quem não está participando colocam a culpa. É o momento. O treinador está ali pra quê? Para cobrar. Não está rendendo, tchau.
Boteco – Alguma estratégia para se divertir?
Fábio –Sempre procurei ser profissional, mas lógico que de vez em quando a gente dá uma escapulida, que ninguém é santo, né? Comigo nunca foi diferente. Já dei alguns deslizes também.
Boteco – Em relação às marias chuteiras, era igual hoje?
Fábio – A mesma coisa, mas eu não andava com maria chuteira, eu sempre andava com mulher direita (risos).
Boteco – Alguma história boa com Dadi?
Fábio – Tem umas que a gente de vez em quando fazia um churrasquinho entre amigos, um futevôlei, trazia umas meninas, vinha umas amigas do Dadi. Dadi sempre teve um bocado de amiga. Dadi e Luís Mário, dois perigos…
Boteco – E seleção?
Fábio – Fui convocado uma vez com o Zagallo, em 95. Eu nem estava esperando. O técnico do Flamengo era o Luxemburgo. Eu estava na concentração, tinha sido cortado da lista e fui jogar no júnior, Flamengo x Bangu. Quando acabou o jogo, os repórteres vieram em cima, dizendo que eu tinha sido convocado para seleção principal. Eu tomei um susto. Estava direto no profissional, mas nesse jogo fui cortado. Aí tinha sido convocado para a principal, é brincadeira? Foi uma surpresa, jogo contra Honduras, em Goiânia, choveu para caramba. Túlio fez o gol de pênalti, a gente empatou.
Boteco – Você chegou a jogar aquele jogo?
Fábio – Fiquei no banco, o lateral foi o Bruno Carvalho, se não me engano, tava no Vasco. Jogou Juninho Pernambucano. Zagueiros eram Narciso e Adriano, que era do Sport.
Boteco – O que te marcou na eliminação da Libertadores nas semifinais pelo Grêmio?
Fábio – A gente perdeu nos pênaltis para o Olímpia. Disputei também pelo Santos e São Caetano. No São Caetano, a gente perdeu para o Boca, o Tevez estava no Boca.
Boteco – Houve algum clube que você pensa que poderia ter sido legal jogar e não deu certo?
Fábio – Só uma que estava para acertar com o Palmeiras, na época o Tite era o treinador, mas não chegou a um acordo. O resto em todos os times que imaginei, joguei. Na verdade, o sonho maior era jogar no Flamengo, sonho de moleque.
Boteco – O que você achava de concentração? O que fazia?
Fábio – Eu gostava. Só comia e descansava mesmo. E batia papo com os amigos. De vez em quando jogava uma cartazinha.
Boteco – Quem eram os bons do carteado?
Fábio – Que eu me lembre que eu jogava mais era com o Váldson, com o Júnior, Júlio César goleiro. Mas eu gostava mais de assistir filmes, televisão, programas esportivos, novelazinha e descansar.
Boteco – Valeu, Fábio!