quarta-feira, abril 16, 2025
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Falta de laudos deixa Mogi fora da Bezinha; investidor tenta reverter

Pela terceira vez em quatro temporadas, o Sapão da Mogiana está fora das competições profissionais da Federação Paulista de Futebol (FPF). O Mogi Mirim Esporte Clube não conseguiu obter os laudos técnicos necessários para ter o direito de participar do Congresso Técnico da Segunda Divisão Sub23 (o quarto nível do futebol paulista). Com isso, o Alvirrubro está fora da chamada “Bezinha”.

A reunião entre os clubes ocorreu na manhã de terça-feira, 15, e o Sapo tinha até as 19h da sexta-feira, 11, para apresentar à FPF a documentação necessária. A ausência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) foi o fator determinante. O AVCB venceu em 12 de junho de 2020.

A última vez que foi obtido foi em um período em que o ex-presidente Luiz Henrique de Oliveira esteve ausente da administração e o futebol ficou à frente de “terceiros”. O empresário Jaime Marcelo Conceição foi quem conseguiu colocar o estádio Vail Chaves em condições de jogo. Posteriormente, a antiga gestão se balizou em uma resolução do Corpo de Bombeiros, que mantinha a validade dos AVCB’s vencidos por conta da pandemia de Covid-19.

Sem vistorias por conta da situação sanitária, a corporação fez renovações automáticas do laudo. Porém, com o fim da resolução, o clube não conseguiu a aprovação de um novo AVCB e isso levou a agremiação a ficar fora da Segunda Divisão.

O fato do MMEC não ter o AVCB ainda dificultou a conquista de outros dos dois dos cinco laudos obrigatórios: Prevenção de Combate a Incêndio, que venceu em outubro de 2020 e de Segurança, reprovado em vistoria realizada em novembro de do ano passado. Importante ressaltar que, nas últimas semanas, o Mogi Mirim obteve o laudo de vistoria de engenharia, que foi renovado até 28 de janeiro de 2024.

O laudo de Condições Sanitárias e de Higiene estava aprovado, com restrições, com validade até 24 de junho de 2022. Sob administração provisória, por determinação judicial, o Mogi Mirim EC vivia a expectativa de jogar a Bezinha após firmar parceria com a WKM, do empresário Wilson Keller de Matos, em 2021.
O investidor assumiu a gestão das categorias sub20 e sub23 (as demais seguiriam com Luiz Henrique de Oliveira, que teve a reeleição derrubada em processo judicial e não responde mais legalmente pelo MMEC desde 1º de janeiro de 2022). Foram anunciados reforços, como o técnico Mavi Lopes, além de jogadores. Em meio à situação de intervenção judicial, com a nomeação do advogado Raoni Salles de Barros para reorganizar o quadro social e convocar novas eleições para a diretoria e conselhos, na sexta-feira, 11, a 3ª Vara de Justiça da cidade publicou decisão favorável a Matos, dando a ele direito legal de representar o clube junto à FPF.

A sentença causou ainda mais animação por parte da torcida, já que havia o temor de ausência do Sapo pela falta de um representante legal. Porém, foi a ausência de laudos, algo recorrente desde 2017, que levou o Mogi Mirim a mais uma temporada ausente do profissionalismo.

Ausência do profissionalismo marca pior era desde 1970

O Mogi Mirim EC está afundado em uma crise financeira sem precedentes. Há um caos político e também administrativo, culminando em intervenção judicial para a reorganização do quadro social, último fio de esperança para que o clube se estabilize do ponto de vista legal.

E é claro que o campo de jogo sofreu com todo este caos. Em 2015, ano em que a antiga diretoria assumiu, capitaneada por Luiz Henrique de Oliveira, o Mogi Mirim estava na Série B do Brasileiro (com relevante cota de transmissão) e na Série A1 do Paulista (também com cota milionária e alcançado a marca de quinto time com mais participações na elite estadual desde que chegou a tal divisão, a partir de 1986).

Porém, em 2018, o cenário já era nebuloso. O Sapo havia sido rebaixado no Brasileiro da B para a C (2015) e da C para a D (2017). Em 2018, lanterna de sua chave, foi eliminado da Série D e ficou sem divisão nacional após sete participações seguidas.

No estadual, ainda mais vexame. Em 2015, o Mogi caiu para a Série A2 apenas pela terceira vez em sua história. Já em 2016, o rebaixamento para a Série A3 foi inédito. Desde que chegou ao segundo escalão estadual, em 1982, o clube jamais havia recuado. O Mogi ainda sofreu o descenso da A3 para a Bezinha, em 2018 e, em 2019, fez pior, ficando ausente do profissionalismo pela primeira vez desde 1976.

Desde 1954, quando se profissionalizou, o Sapão registrou raros períodos de ausência. Atuou em 1954 e 1955 e depois em 1957 e 1958. Ou seja, em cinco anos de disputa, se ausentou apenas em um. Depois, entre 1959 e 1969, ficou fora, mas se manteve atuante no amadorismo, inclusive com o vice-campeonato municipal em 1965.

Em 1970 o retorno foi em grande estilo, com o Sapão 70, campeão da sua série e um dos maiores esquadrões de todos os tempos formados em Mogi Mirim. Então, entre 1970 e 2015, apenas em 1976 o clube ficou fora do estadual. Porém, entre 2016 e 2022, período posterior à “Era LHO”, foram sete temporadas, com ausência em três, rebaixamentos em outras três e, quando esteve na última das divisões, fez a terceira pior campanha entre 36 agremiações.

WKM tenta reverter exclusão do campeonato estadual

Horas após a FPF anunciar que o Mogi Mirim EC estava fora da Bezinha, ao confirmar uma lista de 36 clubes, sem o Sapão, as redes sociais da agremiação apresentaram uma nota oficial.

Nela, informa que o MMEC cumpriu “todos os requisitos necessários para disputar o Campeonato Paulista da Segunda Divisão”. Destaca que, desde o início de janeiro, através da WKM Solutions, investiu mais de R$ 400 mil para a obtenção dos laudos exigidos, além da reforma dos alojamentos e outras áreas do clube para, assim, oferecer uma estrutura mínima para “a prática do futebol em alto nível”.

Porém, enfatizam que, por conta da pandemia de Covid-19, não houve tempo hábil para a confecção do AVCB por parte do Corpo de Bombeiros e que o Mogi irá insistir para ser inserido no campeonato que já teve, inclusive, grupos e fórmula de disputa divulgados.
“A WKM Solutions informa que está realizando todos os processos legais para tentar viabilizar a participação da equipe na competição deste ano”, frisa a nota. Até o fechamento desta edição não havia novidades a respeito do pleito.

CRÉDITO DA FOTO: Facebook/MMEC

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