Estudar a melhor alternativa para cada um dos cargos políticos nem sempre resulta na escolha de um candidato. Uma parcela do eleitorado conseguiu definir o preferido para presidente, governador e senador, mas optou pelo nulo em eleições para deputado pelo entendimento de que não deve simplesmente votar sem ter a plena convicção em um nome como opção ideal.
Este foi o caso do analista de estoque Fábio Júlio Cuque, de 36 anos, que decidiu votar nulo na eleição para deputado estadual. “O motivo é que nenhum me agradou com as campanhas deles”, explicou, entendendo não ser positivo definir um nome apenas pelo intuito de votar. “Acho que a gente não tem que votar se não tiver uma visão daquilo que ele vai fazer, é melhor você anular do que pôr uma pessoa que você não sabe o que ela vai fazer lá”, afirmou.
Outro motivo da anulação foi não ter conseguido fazer a pesquisa que gostaria em relação aos inúmeros candidatos. Cuque acabou se aprofundando no estudo das candidaturas aos outros cargos. O analista já havia votado nulo anteriormente pelo mesmo motivo. Desta vez, conseguiu se aprofundar mais e escolher os nomes de um maior número de cargos. “A maioria das campanhas eu só estava votando para presidente e governador, o resto eu anulava, agora eu já pesquisei melhor e vi melhor o que é melhor para o Brasil, o estado e o município”, observou o eleitor, que, desta vez, também votou para senador e deputado federal.
O técnico em refrigeração Luiz Augusto Mosca, de 26 anos, também votou nulo para deputado estadual por não ter encontrado um candidato. Nos outros cargos, estudou cada opção, o que conta também ter feito em relação ao deputado estadual, mas, neste caso, não achou realmente um nome ideal. “Eu até pesquisei, ainda pensei em votar em um candidato local, aqui da cidade, para ver se conseguia alguma melhoria, mas não encontrei ninguém do meu gosto”, argumentou Mosca, revelando que já havia votado nulo, anteriormente, pelo mesmo motivo, para o cargo de vereador.
O eletricista Dorival Januário, de 68 anos, votou nulo para os cargos de deputado estadual e federal também por não ter encontrado boas opções. “Aqui na região nossa, geralmente estadual só tem o Barros Munhoz. Os outros que entraram aí não têm a capacidade. Então, como o Barros Munhoz já está há muitos anos na parafernália, não votei nele”, salientou Januário, garantindo ter buscado alternativas. “Tentei pesquisar, mas não consegui nenhum que me agradasse”.
Na visão de Januário, o mais correto seria ter optado por um candidato, mas não achou certo “votar por votar”. Esta foi a primeira vez que o eletricista anulou o voto. “Não é o certo votar em branco, mas na região, aqui, eu não achei nenhum que desse assistência. Votar para um outro lá que eu nem conheço, nem sei… Preferi alguém da região e não me satisfez nenhum deles”, justificou.