Embora o Mogi Mirim Esporte Clube seja uma entidade particular, constituída por associados, a ideia de que pode ignorar a população e se fechar em uma redoma como está fazendo o presidente Rivaldo é equivocada, pois o estatuto prevê o envolvimento com a comunidade. Diz o artigo segundo: “o Mogi Mirim Esporte Clube, entidade de caráter recreativo e de prática desportiva, conforme definido na legislação vigente, tem por finalidade principal promover e estimular entre os seus associados e a comunidade de Mogi Mirim atividades sociais, esportivas e o futebol desenvolvido de forma profissional e não profissional”.
Com o silêncio decretado por Rivaldo, negando informações básicas, o presidente repele cada vez mais a cidade do clube, desrespeitando a comunidade e o próprio estatuto ao ignorar em vez de estimular.
O presidente se posa de vítima na posição de mantenedor do Mogi Mirim, quando, acima disso, deveria ser presidente, pois oficialmente foi eleito para isso. Por outro lado, caso não tivesse se comprometido com a família Barros a preservar o patrimônio do clube e assumir as despesas, continuaria na história do Mogi Mirim “apenas” como um grande jogador. Por ter se comprometido, conseguiu o controle do clube. Mas se não honra a palavra no aspecto financeiro, deveria ao menos presidir com honradez. O Mogi poderia prosseguir, resgatando sua vertente de ponto de encontro de associados e participar dos campeonatos de acordo com suas possibilidades. Se não tem condições de competir, cabe perguntar se é interessante participar se endividando e perder seu patrimônio. Na prática, ao transferir os CTs a seu nome em troca das dívidas, Rivaldo trocou os imóveis pela participação em alguns campeonatos para depois ameaçar ir embora caso não consiga investidores. O dirigente tem obrigação moral de terminar seu mandato até o fim de 2015 e buscar manter em atividade a associação. Caso se sinta incompetente para tanto, poderia, antes de sair, iniciar uma campanha para atrair associados e manter o clube vivo, o que até poderá ser feito pelo ex-presidente do Conselho Deliberativo, Hélcio Luiz Adorno, o Luizinho, da Era Barros, que ainda acredita ser sócio.
Rivaldo não pode ignorar o verdadeiro significado do Mogi Mirim, uma associação civil sem fins lucrativos. Se reclama da falta de apoio da torcida, cobra ajuda da população e quer investimentos, o primeiro passo seria deixar a cidade informada e não isolar o clube e colocar uma mordaça em seus profissionais. Cada vez mais, Rivaldo parece ter atração pelo erro e em vez de evoluir, regride. Em vez de estimular, desestimula, com ameaças, provocações ou silêncio. O Mogi Mirim não é um clube de Rivaldo, isolado. O estímulo da comunidade é um preceito estatutário, que Rivaldo deveria respeitar.