sábado, abril 19, 2025
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Faltou planejamento

O sistema de integração das linhas do transporte público em Mogi Mirim começou marcado por inúmeras críticas. Teve muita espera, confusão nos horários, passageiro que pagou a mais e até gente que saiu correndo, literalmente, de casa até a Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho, para não perder o dia de serviço. Com a integração, os passageiros podem pegar dois ônibus dentro do limite de uma hora, pagando apenas uma tarifa pela viagem.

Mas, o que deveria beneficiar os usuários, na verdade, se transformou em uma tremenda dor de cabeça para quem necessita dos coletivos, seja para trabalhar, estudar, ir ao médico ou até passear. Isso porque foram adotados novos horários e itinerários. Toda mudança gera estranheza, transtornos. É por isso que precisaria haver uma fase de adaptação, ou seja, um período de experiência, ainda mais quando se altera algo que há algum tempo funciona do mesmo jeito.

Embora a Prefeitura tenha divulgado um panfleto, informando sobre as novas linhas e trajetos, em suas redes sociais e também no Jornal Oficial, essa medida, sozinha, não seria capaz de resolver todo o caos que resultou da integração. Além das letras do folheto serem minúsculas, o que dificulta a leitura para os mais idosos, é uma realidade que parcela dos passageiros é analfabeta ou semianalfabeta. Se observado o panfleto, mais atentamente, ainda tem linha sem itinerário.

Diante de tanta insatisfação e reclamações, que tomaram conta da internet e dos pontos do transporte coletivo, a integração durou menos de uma semana. Na quarta-feira, o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) determinou que a empresa Fênix, concessionária responsável pelo serviço, operasse com o itinerário antigo. Dessa forma, os horários, que já eram conhecidos pelos passageiros, voltaram a ser cumpridos, ainda ontem.

Um prazo de 20 dias foi concedido para que a empresa faça um estudo, sob o acompanhamento da Secretaria de Transporte, Trânsito e Serviços, para implantar um outro sistema de integração, que atenda às necessidades dos usuários, sem que sejam prejudicados ou confundidos em seus deslocamentos.

O Poder Executivo e a Fênix assinaram, de certa forma, o atestado de amadorismo. Ambos não tiveram a sensibilidade de perceber uma tragédia anunciada, visto que a medida foi divulgada em uma semana e, na outra, já colocada em prática, sem qualquer espaço de tempo para treinos ou simulações. Ficou evidente que a principal falha foi a falta de planejamento. Que o episódio sirva de ensinamento para as próximas ações.

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