A informação é fundamental no processo de comunicação entre a sociedade e o poder público. A prestação de contas à população deve ser um exercício elementar de qualquer entidade ou órgão que administrem bens públicos. É através dela que podemos ter ciência das atitudes tomadas pela administração pública até mesmo para poder exercer a cidadania concernente a todos cidadãos.
Nesta semana, no mínimo aproximadamente um terço da população teve acesso ao informativo Mãos à Obra, segundo informa a tiragem de 30 mil que consta nos exemplares que diz que em menos de dois anos foram 20 obras entregues, 13 em andamento e mais de R$ 45 milhões em investimentos. Interessante é que a população, no dia a dia, não enxerga o que é convenientemente repassado através do material.
Acima da imagem de um trator em meio a um terreno cercado por terra, a frase “a cidade não para” ganha destaque. Obviamente que o município não iria parar. Desta forma, a Prefeitura não parece tão comprometida com os princípios de transparência. O informativo ganha ares mais de uma propaganda política do que de uma prestação de contas.
Ao folhear as páginas, obras que nem foram entregues, muitas delas com histórico de diversas paralisações, como por exemplo, a Unidade Básica de Saúde do Parque do Estado II e a ampliação de uma escola do Tucura; construções iniciadas no governo anterior, como o Cemaae e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Leste, que Gustavo Stupp, mesmo com o prédio pronto, não conseguiu iniciar seus serviços por conta dos equipamentos que sequer foram comprados. O mesmo acontece com o zoológico municipal, que, muito embora esteja praticamente pronto, não abre suas portas à população.
Aliás, esperar o que de um informativo que dá um tom de grandes obras a uma simples manutenção em telhado para acabar com o problema de goteiras em UBS e implantação de rampa de acessibilidade em escola? Não que esses serviços sejam menos importantes, mas não mereciam tanto alarde. A falta de grandes obras deve ser a justificativa para que esses serviços de manutenção tenham destaque, até porque a área de Obras é uma das que menos avançou em todo esse tempo.
O que se pressupõe é que, o material, distribuído de casa em casa é mais uma tentativa, frustrada, para amenizar as contundentes críticas que a Prefeitura vêm sofrendo ultimamente.