Mogi Mirim iniciou o ano de 2018 em estado de alerta máximo. Isso porque a cidade já registra nove casos de transmissão da febre chikungunya. Os dados foram confirmados durante a reunião da Sala de Situação de Arboviroses, realizada no último dia 5, com representantes de diversas secretarias municipais e do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae). Outros quatro casos haviam sido confirmados no final de 2017.
A preocupação da Secretaria de Saúde com os casos de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti aumenta mais nesse período devido à combinação de altas temperaturas e chuvas constantes. Segundo dados da Vigilância em Saúde, além das nove confirmações em todas as regiões do município, o que aponta a ampla circulação do vírus, foram 42 notificações, no total, sendo 18 negativas. O restante ainda aguarda os exames para análise. As zonas Norte e Sul tiveram o maior número de casos.
A rede básica de saúde, além dos profissionais da Santa Casa e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), instalada na zona Leste, foram orientados a comunicar a Vigilância em Saúde caso detectem pacientes com sintomas das doenças provocadas pelo Aedes aegypti. A chikungunya, assim como a dengue, também causa febre e dores no corpo, mas as dores concentram-se principalmente nas articulações.
Na dengue, por sua vez, elas são predominantemente musculares. Alguns sintomas da chikungunya duram cerca de duas semanas, contudo as dores articulares podem permanecer por vários meses, afetando bastante a qualidade de vida do paciente. A secretária de Saúde, Rosemary Fátima Silva, a Rose, voltou a pedir que a população participe dessa luta junto com a Prefeitura.
De acordo com Rose, as ações da campanha Operação Zero: Zero Aedes, Zero Sujeira não param e só com o fim do mosquito os casos diminuirão. É preciso que os munícipes tenham consciência sobre o problema, combatendo os criadouros do mosquito e não jogando lixo nas ruas, avenidas e em terrenos. Um novo mutirão está previsto para o dia 27, um sábado, nas proximidades da Avenida Brasil.
Outras doenças
Mogi Mirim tem 38 casos confirmados de dengue. Foram 580 notificações e 170 pacientes ainda aguardam resultado. Não há registros de zika vírus e de Febre Amarela na cidade. A forma mais eficaz de combate às doenças continua sendo a eliminação de criadouros do mosquito transmissor. A Prefeitura instituiu, em outubro passado, a Sala de Situação de Arbovirose.
Sob a coordenação da Secretaria de Saúde, todas as secretarias e o Saae disponibilizaram servidores com o objetivo de propor ações de combate. As reuniões são promovidas sempre na primeira sexta-feira de cada mês.
Embora não haja casos na cidade, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) disponibilizam vacinas contra a Febre Amarela. Precisam se imunizar crianças a partir de nove meses e adultos até 59 anos, com apenas uma dose. Os idosos têm que passar por uma avaliação médica antes de receberem a vacinação.
Ano passado
Em dezembro de 2017, a Saúde divulgou mais três casos de febre chikungunya. As mulheres diagnosticadas com os sintomas são moradoras nos bairros Aterrado, zona Sul, Jardim Paulista, zona Norte, e CDHU, na zona Leste. O primeiro, de um homem, residente no Parque da Imprensa, na zona Oeste da cidade, foi anunciado em outubro. Os casos são autóctones, ou seja, transmitidos dentro do município.
Na ocasião, a secretária explicou que todas as pastas municipais estão empenhadas em tomar as medidas cabíveis para evitar que a doença se alastre e, principalmente, minimizar os efeitos de epidemia prevista para esse ano. A Saúde já organizou seis mega-ações de combate ao mosquito Aedes aegypti em todas as regiões no município no decorrer do segundo semestre do ano passado.
Fique atento
É válido reforçar que o mosquito Aedes aegypti é silencioso e está cada vez mais resistente, proliferando em água limpa ou suja, parada ou corrente e até em fezes. Em 2015, o município teve 11 mortes por dengue. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014. Os principais sintomas são febre alta, acima de 39 graus, de início rápido, e dores intensas nas articulações dos pés e mãos. Também podem ocorrer dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito.
Não existe vacina ou tratamento específico para chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a febre e as dores articulares. Não é recomendado usar o ácido acetil-salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomenda-se repouso absoluto ao paciente, que deve beber bastante líquido. Em 2016, a cidade teve dois casos confirmados de febre chikungunya. Na época, ambos foram contraídos fora do município.