Praça cheia, sorveterias com grande movimento, filas em volta do pipoqueiro e entrada do cinema tomada pelos visitantes. Cenas comuns nas noites da região central de Mogi Mirim estão vivas na memória de inúmeros mogimirianos, mas que agora são lembradas apenas com nostalgia. A nova realidade do centro da cidade traz uma região marcada pela falta de opções de lazer. Uma das últimas, as salas de cinema ao lado das Lojas Pernambucanas foram fechadas no início de março e deixaram as Praças Rui Barbosa e São José ainda mais esquecidas.
Sentar no banco da praça é uma das poucas alternativas encontradas atualmente no Centro. O cenário se estende por boa parte da cidade, quando o termo diversão muitas vezes significa uma reunião com amigos ou a procura pela farta gama de bares e restaurantes espalhados pela cidade. No resto, as opções de lazer são cada vez mais escassas.
O problema se estende para outras áreas da sociedade. Embora possua o Centro Cultural, situado em região bem localizada, a cultura de Mogi Mirim enfrenta um momento pouco favorável. Mesmo com a realização de peças de teatro e apresentações artísticas mensalmente, são poucos os que se interessam pela arte. Seja pela pouca divulgação ou até mesmo por puro desinteresse.
A ausência de um teatro que ofereça estrutura adequada para a realização de grandes eventos é motivo de reclamação de muitos adeptos da cultura, que procuram outras cidades para a diversão. A atual estrutura do teatro do Centro Cultural é motivo de várias reclamações, o que contribui para o problema.
Parques e praças que atraiam grande público e ofereçam atividades para crianças e adultos não existem. Isso pode servir como justificativa para a concentração de jovens nas ruas e próximos a bares badalados da cidade.
Pontos turísticos como a antiga Estação Mogiana, atual Estação Educação, não oferecem atrativos para a população e o zoológico, que poderia servir como local de grande concentração de pessoas, continua fechado. Com isso opções para comer e beber vem se tornando um dos principais hobbies dos mogimirianos.
Bares e restaurantes viram válvula de escape
A grande variedade de bares e restaurantes conquistou a população local e até moradores de outras cidades da região. Hoje é possível encontrar locais que ofereçam desde porções até pratos executivos, além dos mais variados tipos de bebida. O projeto Pólo Gastronômico, atualmente com 15 integrantes, também ajuda para o sucesso. “É muito forte (o pólo), a região prestigia bastante, Mogi tem um potencial muito grande e com bastantes opções. Já era forte antigamente e veio crescendo ainda mais”, disse Celso Florindo Mendes, proprietário do ScuBidu Lanches, uma das lanchonetes mais tradicionais da cidade, há 34 anos no mercado.
A opinião é compartilhada por Florentino Luiz Gonçalves, o Tina. “Digamos que Mogi é muito forte na gastronomia, muito rico e que atrai gente de fora. Depois que implantou o pólo, despertou interesse de muitas cidades da região. Temos uma vida noturna mais rica do que outras cidades”, frisou.
Tina concorda que atualmente a procura por bares e restaurantes vem sendo uma das poucas opções de lazer dos mogimirianos e que faltam mais atrativos para a população.