Foi com muita surpresa e indignação, que li, há quinze dias, um informe publicitário nos jornais da cidade, recomendando o corte das figueiras existentes no Jardim Velho (Praça Floriano Peixoto) e na Praça Duque de Caxias (jardim da Igreja São Benedito).
Ressalte-se que essa opinião absurda não partiu dos poderes municipais, mas de uma empresa mogimiriana, que usou matéria paga para externar sua opinião à respeito das figueiras. Seus argumentos:
1° – Uma figueira deve ter cerca de 40 metros circulares para seu desenvolvimento; 2° – Não são espécie em extinção e devem ser removidas; 3° – As figueiras de nossas praças não são centenárias; 4° – os órgãos competentes deveriam tomar as providencias cabíveis – para não acabar com o patrimônio histórico do Jardim Velho.
Em resposta a esses quatro itens: 1° – essas figueiras estão há cerca de 15 metros da residência mais próxima e, portanto, não oferecem nenhum perigo para a construções; 2° – por não ser uma espécie em extinção, não é motivo para ser removidas, como é o caso das árvores das florestas da Amazônia e da Mata Atlântica; 3° – a empresa desconhece que duas dessas figueiras tem 132 (cento e trinta e dois)anos de existência, pois foram plantadas em 1887, no início da arborização do Jardim Velho, ainda no tempo da monarquia brasileira e são patrimônio de Mogi Mirim; 4° – nesse item, estou inteiramente de acordo com a referida empresa. A administração municipal deve cuidar dessas figueiras, “para não acabar com o patrimônio histórico do Jardim Velho”.
Quero alertar que a população da cidade tem muito carinho por essas figueiras e tudo fará pela sua conservação. Já aconteceu um movimento de protesto quando tentaram cortar a figueira do jardim de São Benedito, com pessoas abraçando essa árvore quando a prefeitura quis derrubá-la. E o povo acabou vencendo!
Essas quatro figueiras são as mais belas e queridas do povo, pois elas oferecem magnífica sombra para os frequentadores dessas praças e abrigo para centenas de pássaros. Elas estão sadias, revestidas de verde o ano inteiro.
E, segundo dados técnicos, essas figueiras costumam viver cerca de 400 (quatrocentos) anos em média. Deram alegria a nossos pais, avós e até tataravós, como é o caso das duas figueiras do Jardim Velho. São relíquias do passado mogimiriano.