O mogimiriano Luiz Filipe Guarnieri Manara teve o nome confirmado nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, que acontecerão em 2021. A garantia foi cravada na terça-feira, 30, com a confirmação da International Table Tennis Federation (ITTF), em tradução livre, Federação Internacional de Tênis de Mesa, dos nomes dos atletas classificados para a competição. O mogimiriano, que integra a classe M8, já contava com a presença no Japão desde a conquista da medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de Lima, realizados em 2019, no Peru.
Joyce Oliveira (F4), Danielle Rauen (F9), Paulo Salmin (M7), Carlos Carbinatti (M10) também entram na lista através do feito em solo peruano. Para fechar, mais cinco nomes brasileiros: Bruna Alexandre (F10), Cátia Oliveira (F2) e Lethícia Lacerda (F8), entre as melhores das Américas em suas classes, Israel Stroh (sexto do mundo na classe M7) e Welder Knaf (nono da classe M3), pelo ranking mundial.
Esta relação, porém, ainda não é definitiva e o número de representantes em Tóquio pode ser ampliado, já que vários atletas ainda podem entrar através de seletivas mundiais, que devem acontecer no ano que vem. Os brasileiros ainda podem se classificar também pelo ranking mundial, em razão de possíveis desistências de atletas de outros países.
A ITTF confirmou também os critérios divulgados no início do mês pelo Manual de Classificação da própria entidade, que determinava que os melhores de cada continente no ranking mundial do mês de abril tivessem a vaga direta, desde que não o Torneio Continental individual de suas classes (Parapan) não tivesse acontecido, e que os atletas que estão entre os primeiros em determinadas classes carimbassem os passaportes pelo ranking mundial.
Esta será a segunda Paralimpíada de Manara. No Rio de Janeiro, há quase quatro anos, foi eliminado na primeira fase da categoria individual masculino, classe 8. Ele integrou o Grupo F, ao lado de Andras Csonka, da Hungria, e Linus Karlsson, da Suécia. A competição foi formada por 18 mesatenistas divididos em seis grupos de três atletas.
Expectativa
Filipe Manara afirmou a O POPULAR que o principal aprendizado que tirou de 2016 é saber que a Paralímpiada e os jogos olímpicos em geral são eventos diferentes dos outros, em que pode acontecer surpresas e tudo mais, porque é um evento a parte. “Tanto pela estrutura que tem o evento, como no geral do evento mesmo”, frisou. O mogimiriano frisa que sabe que, em qualquer contexto, chegará correndo por fora, no terceiro grupo de ranqueados da sua classe e que é o azarão do próprio grupo.
“Mas sei que dá para surpreender. Então, a gente trabalha com a cabeça mais firme sabendo que isso pode acontecer. Lógico que, ao mesmo tempo, depende muito do grupo de cruzamento que acontece dois, três dias antes. Dependendo como for, você pega um grupo muito complicado, por exemplo, com um chinês e um ucraniano top do mundo, porque os chineses caíram um pouco no ranking por não disputarem tantas competições, fica muito mais difícil a campanha. A gente tem que contar um pouco com a sorte e estar muito bem preparado”.
De toda forma, além da satisfação pessoal e profissional, de mais um sonho conquistado, o fato de representar Mogi Mirim em uma competição deste nível, mais uma vez, tem um significado enorme. Mesmo que com algumas ponderações. “Vai ser um orgulho representar Mogi Mirim. Eu comecei aqui, é a minha cidade do coração. Infelizmente, acho que a recíproca, não por parte das pessoas, não é tão verdadeira. Falta um pouco de reconhecimento por parte da cidade e nem é na questão financeira, isso a gente já até desistiu. Mas acho que de usar um pouco isso. Não faço questão da bajulação, mas acho que seria importante usar o fato de ter um atleta que vai para a segunda paralimpíada, um evento deste porte”.
Foto: Rodolfo Vilela/rededoesporte.gov.br