Chegar ao topo às vezes é fácil. Difícil é ficar lá. Com variações, esta sentença é comum no meio esportivo. Para o mogimiriano Luiz Filipe Guarnieri Manara, a frase não é tão exata assim. Nunca foi fácil alcançar o topo. A luta para ser o melhor mesatenista da Classe SM8 das Américas foi árdua. Permanece árdua.
Mas, ele chegou lá. Em 2015, faturou o ouro nos Jogos Paranamericanos de Toronto, no Canadá. E por mais que, de fato, não seja simples a manutenção, mais uma vez o lugar mais alto na competição teve fincadas as bandeiras do Brasil e de Mogi Mirim.
No último sábado, dia 24, ele foi o campeão individual da Classe SM8. Após quatro partidas, veio a final, contra o costarriquenho Steven Roman, com quem nunca havia duelado. Foi um jogo de altíssimo nível. “Foi bem mais complicado que em Toronto. A final foi muito difícil. Veja pelas parciais. Ganhei de 11 a 9, depois perdi de 11 a 9, depois ganhei de 11 a 9 e depois de 12 a 10. Ou seja, sempre pela diferença mínima. Um adversário que me pressionou o jogo inteiro e jogou muito bem”, destacou a O POPULAR.
Ainda em Lima, no Peru, palco da 18ª edição da competição, o mogimiriano falou com a nossa reportagem. Destacou a caminhada difícil também na competição por equipes, em que também terminou com a medalha de ouro no peito. “Fiz uma semifinal em duplas, estava 2 a 1 para a gente e eu machuquei o braço. Joguei o resto do jogo com o braço doendo e acabamos perdendo. Voltei no individual, porque estava escalado, e ganhei literalmente na superação, porque nem sei direito o que deu no meu braço, pode ser algo mais sério, mas, só quando chegar ao Brasil eu saberei”, frisou o mesatenista.
Ao lado dos companheiros Paulo Salmin e Francisco Melo, faturou o título e alcançou a incrível marca de quatro medalhas parapanamericanas de ouro, sendo duas individuais e duas por equipe. Para chegar a tal feito, além do talento e treinamentos, houve um apoio especial: Luiz Carlos Manara e Eliana Ester Manara.
“A presença dos meus pais foi e sempre é fundamental. Sempre que podem, nestas competições, eu gosto que eles venham, porque é uma competição muito grande. Às vezes um abraço, uma conversa, já te deixa mais tranquilo para ir lá e desempenhar”. Uma das imagens captadas em Lima, mostra um pouco desta relação, com um forte abraço entre Manara e o pai, em uma comemoração marcante.
“Claro que buscamos ficar concentrados no jogo o tempo inteiro, mas, às vezes, a gente escuta eles vibrando, comemorando. Meu pai grita o jogo inteiro. Isto dá mais uma motivação para trazer a medalha e isso foi o diferencial, principalmente na final, que eu tive que ter um nível de concentração muito alto e deu tudo certo”. Com a conquista individual em Lima, o mesatenista garantiu ainda a vaga nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, agendados para 2020. Esta será a segunda vez que o mogimiriano representará a cidade e o país na competição, já que esteve na edição do Rio de Janeiro, em 2016.
FOTO: Rodolfo Vilela/rededoesporte.gov.br
