Com muitos aplausos e carinho recebidos especialmente de crianças, a ex-jogadora de vôlei da seleção brasileira Fofão, campeã olímpica em 2008, encantou o público em workshop no Ginásio do Clube Mogiano, na quarta-feira. Compareceram aproximadamente 400 pessoas, incluindo cerca de 250 alunos de seis escolas municipais e 60 jogadores das escolinhas de voleibol da Prefeitura, além de atletas do time de vôlei do município. Gratuito, o evento foi promovido pelo Sesc-Campinas, com apoio do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi Mirim, Prefeitura e Clube Mogiano.
Fofão falou a respeito da carreira, a importância do esporte e de não desistir dos sonhos por mensagens negativas de terceiros. Esbanjando simpatia e simplicidade, respondeu a perguntas de alunos, atletas e professores. Em seguida, comandou atividades práticas, com treinos de fundamentos e algumas partidas, em que propiciou a atletas o privilégio de compartilhar jogadas com um ícone do voleibol.
O evento proporcionou o encontro de Fofão com outro ex-atleta da seleção, Dirceu Paulino, secretário de Esportes de Mogi Mirim. “Assisti muito ele jogando, sempre muito forte, um braço muito forte, sacava um viagem pancada, sempre foi um grande jogador”, comentou Fofão, sobre Dirceu, em entrevista a O Popular.
Ex-atleta prevê ouro no Rio 2016, mas teme futuro
Mesmo desfalcada de seu talento em função de ter se aposentado, Fofão considera o Brasil com totais condições de ganhar as Olimpíadas de 2016. “Elas têm consciência de que são favoritas e têm que aproveitar o fator casa. Não consigo ver algum time vencendo o Brasil”, analisou.
Por outro lado, Fofão se preocupa com o futuro do voleibol pelo fato de há muito tempo o Brasil não ganhar competições nas categorias de base, entendendo ser necessário diagnosticar o problema e encontrar talentos não apenas nos grandes centos. “Acho que a gente está falhando na formação”, afirmou, entendendo que há boas jogadoras surgindo, mas com um processo lento.
Questionada sobre a corrupção na Confederação Brasileira de Vôlei, Fofão vê a CBV em reconstrução. “Foi um susto muito grande, mexeu muito com os atletas, a própria Confederação que está tendo que se reestruturar para voltar a ter o crédito que sempre teve. Espero que as pessoas más já estejam fora para que o vôlei continue sendo o que sempre foi”, apontou.
Sonho
Fofão entende que os atletas de Mogi interessados em seguir carreira devem se dedicar e ficar atentos, pois existem sempre olheiros nas competições. “Se a pessoa tiver possibilidade de ir para um clube bom em São Paulo que vá. Mas a própria cidade dá possibilidade com Jogos Regionais, da pessoa aparecer e ir para um clube melhor”.
Questionada se é favorável às cidades pagarem atletas de outros municípios nos Regionais em vez de formar jogadores, Fofão entende haver dois lados. Considera positivo contratar uma jogadora boa para contribuir como motivação. “Vai muito da pretensão de cada cidade. Não sou contra”, resumiu.
