Uma operação organizada em conjunto por Ministério Público, Polícia Civil e Guarda Civil Municipal levou à lacração de uma clínica que funcionava na Rua Osmundo Silva, nas Chácaras São Marcelo. A ação ocorreu nas primeiras horas da manhã de terça-feira, 20, e foi desencadeada após denúncias feitas pelos Direitos Humanos, em Brasília e remetidas ao MP de Mogi Mirim. Duas pessoas foram presas e autuadas pelos crimes de cárcere privado e tráfico, já que no local foram encontrados muitos medicamentos controlados, sem qualquer prescrição médica. A responsável pelo estabelecimento, que funcionava já há algum tempo no local, não foi encontrada. De acordo com as informações colhidas pela polícia, seria uma mulher de Jaguariúna.
A ação retirou do estabelecimento 25 internos. Muitos destes, em declarações à Polícia Civil, relataram que eram mantidos no local contra a vontade e que, no período da noite, portas e janelas eram fechadas pelo lado externo, para impedir possíveis fugas. Ainda contaram que não existia um corpo clínico presente responsável e reclamaram da alimentação.
O parente de um interno contou à reportagem que a família chegou ao estabelecimento, após buscas através de um site. Neste endereço eletrônico, que oferece o tratamento, é possível visualizar imagens da chácara utilizada para a clínica, assim como os serviços oferecidos, como médico psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, terapeuta holístico, enfermeira padrão, auxiliares de enfermagem, nutricionista, educador físico e equipe de monitoramento. Para as autoridades, ficou evidente que os serviços listados eram inexistentes, assim como o alvará para o funcionamento.
Além do promotor André Brandão, do delegado João Luiz Rissato, de policiais civis e de guardas municipais, participaram da operação fiscais da Prefeitura e equipes da Vigilância Sanitária.
Foram apreendidos documentos e grande quantidade de medicamentos de uso restrito. O caso segue sendo investigado e as duas pessoas autuadas, funcionários do local, ficaram à disposição da Justiça. Há informação que a clínica passa por ação de despejo, já que há vários meses não estaria pagando o aluguel.