Foram pouco mais de 40 minutos de uma forte chuva, acompanhada de ventos e uma intensidade que assustava quem estava em casa ou na rua. O temporal registrado em Mogi Mirim, na tarde da última sexta-feira, foi responsável por ocasionar inúmeros problemas pela cidade. Córregos transbordaram, ruas ficaram destruídas, placas foram atiradas ao chão e até parte de uma ponte desmoronou. Para se ter uma ideia da força da chuva, em 24h, das 7h de sexta-feira até às 7h de sábado, choveu 41,9 milímetros, deste total, 35,5 milímetros apenas nos 40 minutos de aguaceiro no dia de Natal, das 15h20 às 16h. Até o fechamento desta edição, ruas ainda continuavam interditadas, áreas de risco monitoradas e muitos estragos ainda podiam ser vistos pela cidade.
Quem caminhava ou dirigia teve que redobrar a atenção. Vias ficaram totalmente alagadas, bocas de lobo não resistiram à força das águas e entupiram e calçadas foram invadidas pela enxurrada. Em plena tarde foi preciso acender o semáforo e diminuir a velocidade. Logo após o início da chuva, uma mobilização entre forças de segurança foi necessária para atender chamadas de vários pontos do município.
Carro é arrastado
O maior deles foi registrado no trecho na Avenida Luiz Gonzaga de Amoedo Campos, entre a Rua Dona Sinhazinha e a Rua 7 de Setembro, próximo ao córrego do Complexo do Lavapés e a poucos metros do Teatro de Arena. Ali, uma força tarefa com cerca de 15 homens do Corpo de Bombeiros, Guarda Civil Municipal (GCM) e Polícia Militar evitou uma tragédia, contando ainda com parte da estrutura do local como aliada. Três carros foram arrastados pela força da água, com um deles sendo levado em direção ao córrego. Não fosse um muro de concreto, o veículo teria sido atirado para a água com duas pessoas em seu interior.
“Se viesse com uma velocidade maior teria sido arrastado e caído dentro (do córrego). Seria outra tragédia”, comentou o coordenador chefe do Corpo de Bombeiros, Alexandre Salzani, em alusão a morte de quatro pessoas de uma mesma família em fevereiro de 2012, quando também devido às chuvas um veículo foi arrastado para o interior do Ribeirão Santo Antônio.
O resgate do casal na sexta-feira contou com o auxílio de cordas e foi dificultado pela forte chuva, já que, segundo Salzani, a altura da água chegava ao joelho.
Asfalto “explode”
No mesmo local, a forte correnteza fez com que o asfalto estufasse, gerando a impressão de que ocorreu uma explosão. Crateras foram abertas e boa parte do pavimento ficou marcado por trincas e rachaduras. O trecho da Rua Dona Sinhazinha até a Sete de Setembro sentido o Clube São José continua interditado em virtude do colapso de parte do córrego, situação que deve permanecer até o dia 4 de janeiro.
Isso porque, além de a Prefeitura estar em recesso de final de ano, falta material adequado para o reparo da via, como massa asfáltica, devido às férias coletivas da empresa fornecedora. Perto dali, a área que compreende a Rua Dr. Rosendo Rodrigues do Prado foi parcialmente interditada também por questões de segurança. Tanto carros quando pedestres estão impedidos de passar devido ao risco de queda.
Desmoronou
Ainda na 7 de Setembro, parte de uma ponte desmoronou. Equipes da Prefeitura, em caráter emergencial, realizaram a limpeza da área, mas a reconstrução deve ficar apenas para o ano que vem. Responsável por inspecionar as áreas afetadas e manter o controle dos locais de risco, a coordenadora da Defesa Civil, Elaine Navarro, afirma que a situação é estável, mas que qualquer chuva já coloca as equipes de defesa em alerta. “Se chove já dá um start para a vistoria, principalmente no córrego do Lavapés”, explicou.
Nias também sofre com a chuva
Devido à falta de saída para a água da chuva, a parte alta do Núcleo Integrado de Atividade Sociais (Nias), no bairro Mogi Mirim II, desbarrancou, levando uma enorme sujeira para a área. O Córrego do Toledo, acima do Túnel Mario Covas, que dá acesso a bairros da zona Leste, também transbordou.