A Polícia Civil registrou na última semana pelo menos sete boletins de ocorrência de estelionato. A frequência desta modalidade de crime cresceu durante a pandemia de Covid-19.
Os criminosos usam de variados subterfúgios. Uma das vítimas de Mogi Mirim foi lesada ao passar a trocar mensagens pelo telefone com uma mulher. Após um tempo de conversa, a suposta affair passou a enviar por aplicativo de mensagem fotos de cunho pornográfico.
Dias depois, a vítima, um homem de 59 anos, recebeu uma ligação em seu celular em que o interlocutor se dizia delegado de polícia e que iria autuá-lo por pedofilia, já que a mulher em questão seria menor de idade.
É aí é que vem o “pulo do gato” do golpista. O suposto delegado, então, informou para que, para a vítima se livrar da autuação, deveria realizar depósitos bancários, ficando o valor acertado de R$ 5.800,00. O depósito foi feito. Porém, após atender às exigências e depositar o dinheiro, novamente o “delegado” ligou, exigindo mais. E foi somente aí que o mogimiriano procurou a polícia.
Outra vítima, um homem de 82 anos, relatou que uma mulher, que se dizia funcionária da instituição bancária em que possui conta, fez contato telefônico informando que seu cartão havia sido clonado. A vigarista ainda disse que saques no valor de R$ 4.500,00 e de R$ 200,00, foram feitos, além de um empréstimo de R$ 145.000,00. A tal “funcionária” instruiu a vítima para que ela colocasse o cartão bancário e seu aparelho celular, juntamente com uma carta feita de próprio punho, em um envelope e lacrasse o mesmo. Posteriormente, o homem de 82 anos deveria ir até o endereço fornecido, na Avenida Pedro Botesi e entregar o envelope para outro “funcionário”. O elemento, após se apoderar dos itens, fugiu, informando que, posteriormente, enviaria o Boletim de Ocorrência. A vítima constatou que foram feitas três transações em conta física, jurídica e poupança.
Outras três vítimas, um homem de 81 anos e, duas mulheres, de 74 e 49 anos, também se tornaram alvo de criminosos. Nesta modalidade, os golpistas se passaram por funcionários de bancos e justificaram o contato devido à clonagem de cartões. Como da forma anterior, orientou o homem de 81 anos a colocar cartão, senha e uma carta em um envelope, dizendo que um funcionário iria até a casa do golpeado. Uma hora e meia depois, lá estava o bandido. Somente no dia seguinte, quando a vítima fez contato com o banco, tomou ciência de que havia caído no golpe, tendo sido feita uma compra com seu cartão no valor de R$3.062,00.
Já uma mulher de 74 anos entregou seu cartão e senha após receber uma ligação de um homem que se passava por gerente bancário, o qual informou que seu CPF havia sido clonado e que estariam realizando compras na cidade de Valinhos no valor de R$ 3.000,00. O então “gerente” orientou para que a vítima entrasse em contato pelo 0800 para tomar as providências.
A vítima ligou e recebeu, inclusive, o protocolo de atendimento. Ela foi orientada, como as vítimas anteriores, a escrever uma carta de próprio punho e a fazer a assinatura idêntica aos seus documentos pessoais, além de colocar o texto em um envelope, junto aos cartões bancários. Depois, um “motoboy” foi até ela e retirou o envelope. No dia seguinte, a mulher esteve em sua agência e constatou que foram feitos saques totalizando R$ 1.200,00 e compras no valor de R$ 2.410,00.
Já a mulher de 49 anos foi enganada ao seguir a orientação do suposto “gerente do banco”, que fez contato telefônico e a orientou a atualizar seu token bancário. A vítima informou que não poderia ir até a agência naquele momento, ficando agendada a ida no dia 24. Foi orientado à mogimiriana que, assim que chegasse ao banco, acionasse o gerente através de aplicativo de mensagem.
A vítima, ao entrar na instituição, tentou realizar uma transação, mas não teve sucesso. Assim, fez contato pelo aplicativo de mensagens e o estelionatário fez a orientação, passo a passo. Quando a suposta atendente pediu para que confirmasse os dados pessoais, a vítima se negou e percebeu que havia sido vítima de um golpe, sendo que haviam sido feitos, através de sua conta, dois pagamentos de IPVA’s, de R$ 3.035.07 e de R$ 5.372,22.
Já um rapaz de 20 anos sofreu um prejuízo de R$ 1.800,00 ao tentar comprar uma moto nas redes sociais. Ele teria negociado com uma mulher e realizado duas transferências de R$ 900,00. Após ser bloqueado pela vendedora, percebeu o golpe.
Outra vítima, uma mulher de 37 anos, foi lesada ao tentar quitar seu veículo, em um pagamento de R$ 6.520,34. Ela procurou a polícia relatando que, após realizar uma pesquisa no Google para a quitação das parcelas faltantes de seu carro, foi direcionada a um site, aparentemente com o endereço eletrônico da empresa e fez os trâmites para quitar o contrato, sendo direcionada para o aplicativo de mensagens. Seguindo as orientações, acreditou ter quitado o contrato, porém, dias depois, foi informada sobre o atraso em uma parcela.
Ao estranhar a situação, fez contato com a empresa, enviando o comprovante de pagamento. Mas, a informaram que ela havia sido vítima de golpe e que, inclusive, foi outros clientes também haviam sido alvos. A orientação das autoridades competentes é para que, antes de qualquer transação, , as vítimas façam contato com sua instituição bancária e desconfiem sempre!