sábado, novembro 23, 2024
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Frederico e suas pescarias – Parte 1 – N° 720

Em meus tempos de estudante, eu cabulava aulas somente em dois casos: quando nossos cinemas exibiam filmes de grande sucesso ou quando Frederico Mansano surgia na praça para contar seus famosos causos, que até hoje são lembrados por muita gente daquela época.

Frederico era um excelente contador de histórias e costumava atrair bom número de curiosos ouvintes. Seus locais preferidos de apresentação eram a Praça Rui Barbosa, sentado nos bancos que a circundavam, ou no Bar do Bépe, antigo ponto de reunião dos mogimirianos e que ficava onde hoje existe a Farmácia Raia. Na parte superior do Bar do Bépe, localizava-se a sede do Mogi Mirim Esporte Clube.

Lembro-me perfeitamente de dois divertidos causos contados pelo Frederico sobre pescarias: o da mãe dos lambaris e o do relógio. Apesar de muito bem narrados, eram causos de ocasionar espantos e até indignação pela ousadia no exagero das histórias. Frederico sempre alertava seus ouvintes para que não rissem, pois eram “acontecimentos verdadeiros” e embravecia quando alguém se derramava em gargalhadas o que acontecia sempre.

A Mãe dos Lambaris
Quando eu tinha 15 anos de idade, ouvi esse causo contado pelo Frederico e nunca mais esqueci. Vou tentar repassá-lo aos leitores, usando as mesmas expressões de Frederico e o modo mágico com que ele contava suas histórias. Frederico assim iniciava sua história de pescaria:

Numa bela tarde do mês de setembro de 1949, resolvi pescar no Rio Mogi Guaçu. Peguei minha bicicleta, arrumei os apetrechos de pescaria e sai pedalando pela estrada até a Cachoeira de Cima. Era de manhãzinha quando cheguei à beira do rio. Iscas na vara, iniciei a pescaria. Meus amigos, eu nunca peguei tantos lambaris como naquele dia! Foram mais de 600 e que encheram o picuá.

Nesse momento da história, Frederico arregalou os olhos e partiu para o espantoso desfecho: De repente, senti um forte puxão na vara. Devia ser um peixe grande e foi difícil tirá-lo da água. Quando consegui, notei para meu grande espanto que era um enorme lambari e calculei que tinha mais de três quilos! Nessa hora, aconteceu algo impressionante: milhares de lambarizinhos surgiram no rio e perto do barranco onde eu estava, todos eles com as cabecinhas de fora e chorando muito, derramando lágrimas!

E arrematou Frederico: “Minha gente, foi aí que eu descobri que tinha pescado a mãe de todos os lambaris do Rio Mogi Guaçu!!!”.

Preceitos Bíblicos
“Irmãos, vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente se um tiver queixa contra o outro”. (São Paulo aos Coloc. 3, 12-13)

Túnel do TEMPO
No dia 19 de novembro de 1928 tiveram início as obras de construção da nova Matriz de São José, usando o legado testamentário do Coronel João Leite do Canto, de trezentos contos de réis (R$300.000,00). Na primeira etapa, de 19/11/1928 a 31/12/1929, foram gastos R$284.921,72.

Em maio de 1985, pescando no Rio Araguaia na confluência com a barra do Rio Orixá, quatro mogimirianos: Joãozinho Barros, Douglas Scarpa, Edson Corsini e José Fernandes de Barros (Zé do Posto), fisgaram o incrível peixe da foto, uma piraíba gigante e que se constituiu no maior sucesso da pescaria. Os autores da proeza: agachado, Zé do Posto, em pé e da esquerda para a direita, Joãozinho, Douglas e Edson.

Livros – História de Mogi Mirim e Região

Mogi Mirim, nascida da bravura dos paulistas | 512 páginas e 42 fotos
A escravidão e o abolicionismo Regional | 278 páginas e 56 fotos
Memórias Mogimirianas | 260 páginas e 47 fotos

Pontos de venda em Mogi Mirim

– Banca da Praça Rui Barbosa
– Papelaria Silvas Store (Toda)
– Papelaria Gazotto – Centro
– Agro Avenida – Av. 22 de Outubro
– Papelaria Carimbo Expresso

Pontos de venda em Mogi Guaçu

– Papelaria Abecedarium – Centro
– Livraria Jodema- Shopping
– Banca da Capela
– Banco do Porta – Av. 9 de abril
– Banco do Porta – Av. 9 de abril

Por Nelson Patelli Filho – Escritor e historiador

Não é povo aquele que não cultua e venera suas glórias, suas personalidades, suas mais caras tradições” (Juvenal Sayon)

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