Duas paróquias de Mogi Mirim passaram por mudanças em seus comandos nas últimas semanas. No dia 7 de dezembro do ano passado, Dom Luiz Gonzaga Fechio, Bispo da Diocese de Amparo, assinou decreto nomeando dois novos párocos na cidade. Desta forma, o Padre Frei Manuel José Faria Lopes, foi escolhido como pároco do Senhor Bom Jesus do Mirante, na Zona Leste.
Ele que é membro da Terceira Ordem Regular (TOR), atuava na mesma comunidade como vigário paroquial. No mesmo documento, o bispo falou sobre o antecessor. “Agradecemos, muito fraternalmente, o serviço pastoral do Padre Frei Edivaldo Afonso Siscari, TOR, na Paróquia do Senhor Bom Jesus do Mirante, rogando ao bom Deus, com a intercessão de São Francisco de Assis, pela fecundidade do ministério, onde quer que o exerça”.
As mesmas palavras foram direcionadas ao Padre Frei João José Luiz de França, também da TOR, que exercia a função de pároco na comunidade mogimiriana de São Benedito, no Centro. Em seu lugar foi destacado o Padre Cândido Eduardo da Costa. Ele atuava como pároco de Nossa Senhora das Graças, em Águas de Lindóia. Em seu lugar assumiu como responsável o Padre Alexandre Donizete Cortez, que serviu como vigário paroquial na comunidade de Santa Cruz, na Zona Oeste de Mogi Mirim.
A primeira missa com a paróquia sob seu comando ocorreu no domingo, 3. Porém, neste sábado, 16, a partir das 18h, o Frei Manuel será oficializado pároco no Senhor Bom Jesus do Mirante. O bispo Dom Luiz Gonzaga Fechio estará presente. Ele nasceu em 20 de dezembro de 1961, em Terra Santa (PA). Em 15 de dezembro de 1991 recebeu sua ordenação diaconal e, em 18 de julho de 1992, a ordenação presbiteral. Em Mogi Mirim, ele também já atuou na Paróquia de São Benedito.
Já na noite de domingo, 10, ocorreu a missa de posse do Padre Cândido na Matriz de São Benedito. Nascido em Bragança Paulista, no dia 10 de fevereiro de 1973, ele recebeu a ordenação diaconal em 12 de setembro de 2002, na Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Itapira e a ordenação presbiteral ocorreu no mesmo ano, em 12 de dezembro, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Águas de Lindóia.
O padre, aliás, concedeu entrevista ao O POPULAR. Confira o bate-papo completo abaixo.
ENTREVISTA
PADRE CANDIDO EDUARDO DA COSTA
Novo pároco de São Benedito
Em primeiro lugar, gostaria de falar sobre as origens. Cidade natal, cidade em que foi criado, nome completo do pai, nome completo da mãe e, claro, o seu nome completo.
Eu sou o Padre Candido Eduardo da Costa, filho de José Bernardes da Costa, falecido há 7 anos e Terezinha de Melo Costa, hoje com seus 91 anos. Nasci em Bragança Paulista. Aos 8 anos me mudei com minha família para Águas de Lindóia, onde cresci, saindo apenas para o seminário.
Em que ano o senhor deu início à formação que o levou à ordenação? Onde o senhor passou pelo rito que o levou à ordenação? Quais as principais lembranças deste período?
Entrei para o Seminário em março de 1995, na Arquidiocese de Campinas, fazendo a faculdade de Filosofia e Teologia na PUC Campinas. Nos primeiros quatro anos de formação, morei em Campinas e no início do 2º Ano de Teologia, em 1999, com a criação da Diocese de Amparo, vim morar em Pedreira, onde está localizado o Seminário da Diocese. Lembro dos desafios de sair de casa e arriscar algo completamente novo. Aprender a conviver na mesma casa com jovens desconhecidos, enfrentar duas faculdades, morar numa cidade grande, responder ao chamado de Deus num mundo bem diferente de onde cresci. Sonhar com os trabalhos em uma paróquia.
Em que dia, mês e ano ocorreu a sua ordenação? Quando e onde foi a primeira missa que o senhor ministrou já como padre?
Minha ordenação presbiteral foi no dia 12 de dezembro de 2002, na cidade de Águas de Lindóia, onde celebrei minha primeira missa.
Quando e qual foi a primeira paróquia que o senhor assumiu? Consegue elencar quais os períodos (de que mês/ano a que mês/ano) o senhor esteve em cada comunidade que atuou como pároco?
Como Diácono, fui designado para ajudar o Mons. Pedro Pastana, nas Paróquias de São Benedito e Santo Antônio, em Itapira, ficando 4 anos como vigário das duas paróquias, vindo depois a assumir como pároco da Paróquia de São Benedito, onde fiquei até novembro de 2011. Depois fui transferido para a Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Águas de Lindóia, onde fiquei até novembro passado, sendo transferido para a paróquia de São Benedito de Mogi Mirim.
Qual o sentimento de assumir uma comunidade tão tradicional como a de São Benedito em Mogi Mirim? Qual o sentimento por estar, mais uma vez, à frente de uma comunidade de São Benedito, já que esteve em Itapira?
Desafio é o que sinto quando penso na paróquia de São Benedito. Tenho rezado muito para Deus me dar a graça de saber como agir. Respeitar as tradições, os costumes, as pessoas, a história da paróquia, é algo muito importante. E tenho visto como uma grande oportunidade para meu crescimento ministerial. O desafio pode nos paralisar ou nos fazer descobrir novos talentos, mostrando a nós mesmos do que somos capazes. Tenho fé de que a Paróquia de São Benedito, em todas as suas dimensões, me ajudará a ser melhor. E voltar a ser pároco numa paróquia que tem São Benedito como padroeiro é o máximo.
Quais os principais objetivos para este período como pároco de São Benedito em Mogi Mirim? Há planos já desenhados?
O objetivo principal é ajudar as pessoas a olharem para Jesus Cristo e sentir como são amadas. Depois, retribuir este amor assumindo compromisso com Reino de Deus. Compromisso que leve a ações concretas que permitam ajudar aqueles que precisam. Neste momento estou conhecendo as pastorais e movimentos da Paróquia, para depois, junto com os mesmos traçar as linhas de ações para a evangelização.
Quais as principais dificuldades neste momento de pandemia, em que a rotina, não apenas das comunidades católicas, mas do mundo como um todo, se alteraram completamente?
Aprender a viver com limitações, já que não temos a liberdade de ir e vir; manter distância das pessoas; evitar o toque, algo tão fundamental em nossa cultura; não conseguir fazer muitos planos, são dificuldades que tem atormentado muitas pessoas. A mudança na rotina tem nos desafiado a descobrir novas maneiras de viver em comunidade, sem estar na comunidade. A limitação quanto ao número de pessoas que podem participar das missas, também é uma dificuldade, já que precisamos pensar na segurança de todos. Eu me preocupo muito com o bem-estar das pessoas. Quero que venham para a Igreja com segurança e para isso, as vezes precisamos tomar medidas que não agradam a todos. Como já passei pela dolorida experiência de ter alguém muito próximo com Covid, minha irmã e minha mãe, que com a graça de Deus, estão curadas, me preocupo muito em fazer da igreja um lugar seguro.
Fique à vontade para enviar uma mensagem não apenas aos fiéis da comunidade de São Benedito, como também aos mogimirianos em geral.
Aos paroquianos de São Benedito, rezo e peço a Deus, para que vocês encontrem em mim um pastor segundo os critérios de Deus. Um pastor que seja capaz de olhar cada um do seu rebanho e ver suas particularidades e necessidades. Um pastor capaz de estar à frente para guiar, ao lado para apoiar e atrás para proteger. Quero que meu trabalho ajude a todos que vierem à Paróquia, a olharem mais para Deus. E que eu seja capaz de retribuir tanto carinho, acolhimento e ajuda como estou recebendo. E também seja capaz de repetir as ações de São Benedito, que nunca deixou de olhar para os pequenos e pobres.