O dia de hoje é marcado por uma data muito importante para o mercado financeiro mundial, a quebra da quarta maior instituição de investimentos dos EUA em setembro de 2008, o Banco Lehman Brothers. Com isso, investidores do mundo todo aprenderam uma das principais lições desse ramo, a de que nenhuma instituição é grande demais para quebrar. Vamos entender melhor como se formou a bolha que emergiu o Lehman a sua falência e o que podemos aprender com esse fato para que no futuro possamos antever colapsos desse tipo.
O Lehman, como já foi explicitado, era grande demais para quebrar. Com mais de 158 anos de existência, a fatia maior de sua carteira de investimentos estava ancorada em empréstimos imobiliários de altíssimos riscos, os chamados subprime (crédito de risco, concedido a um tomador que não oferece garantias suficientes para se beneficiar da taxa de juros mais vantajosa), e oferecia alavancagem de mais 30 vezes o seu capital (desfrutava de 15 bilhões de dólares de capital e sua dívida no pedido de concordata era de praticamente 500 bilhões de dólares).
Para mensurar tamanha insustentabilidade, naquela época, devido a uma cláusula bancária internacional, os bancos comerciais poderiam alavancar no máximo 12 vezes o seu capital. Devido a tal fato, a inadimplência tomou conta dessa categoria de empréstimo e o estouro da bolha atrelada diretamente ao crédito imobiliário foi inexorável. Com isso, a quebra do Lehman Brothers foi inevitável. EUA, e com efeito dominó, o mundo todo, obtiveram severas perdas, inclusive a bolsa de valores brasileira.
Para aqueles leitores que tiverem a vontade de conhecer um pouco mais sobre esse fato, há um filme muito bom e convidativo para entendermos melhor como se forma uma bolha e quais suas consequências para o mercado mundial. O filme se chama “A grande aposta”. Lançado em 2016, conta a história de um grupo de investidores que, enquanto todo mundo vivia uma euforia com o sistema imobiliário e bancário americano, já começava a ver sinais de que algo não estava correto e não se sustentaria. Essa visão levou não só à criação de um novo mecanismo de investimento na queda das ações, como deixou estes homens bilionários enquanto o mundo todo quebrava com a crise.
Como uma aula muito importante para quem quer entender o que está por trás da quebra de “sólidas” instituições financeiras, o filme retrata não somente a quebra do Lehman Brothers, mas traz lições importantíssimas para os investidores e deixa claro que o velho ditado “Too Big to Fall” (“Grande demais para quebrar”, em um tipo de tradução livre) nunca, em hipótese alguma, deve ser esquecido.