Um funcionário público da Prefeitura de Mogi Mirim, de 28 anos, é suspeito de vazar fotos da ex-namorada, uma jovem de 24 anos, e vídeos íntimos do casal do período em que namoravam, o que configuraria crime cibernético. O vazamento chegou ao conhecimento da jovem no dia 4. O caso corre de forma sigilosa na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Antes do vazamento das imagens, a jovem havia registrado boletim de ocorrência e conseguido, em novembro, uma medida protetiva proibindo o ex-namorado de manter contato com ela, pessoalmente ou até mesmo por telefone. Isso porque a jovem revelou que vinha recebendo ameaças do ex, inconformado com o término do relacionamento de seis meses.
As ameaças envolviam a divulgação de cenas íntimas e também de dados confidenciais de clientes do comércio em que a jovem trabalhava, em Mogi Mirim, que ele teria salvado do celular da ex-namorada enquanto ela ainda estava empregada. A suspeita é que o funcionário já teria feito os vídeos e salvado os dados de forma premeditada. A divulgação destes dados, usados para o serviço em que atuava, teria o objetivo de colocar os clientes contra a jovem. Além das ameaças, a jovem pediu a medida protetiva porque vinha se sentindo perseguida com mensagens em que o ex-namorado sinalizava saber sobre seu dia a dia.
Depois de conseguir a medida, a menina foi surpreendida com a informação de que parentes, amigos e até pessoas estranhas haviam recebido as imagens pelo aplicativo WhatsApp e a rede social Facebook. Além das fotos e vídeos, as imagens vinham acompanhadas do perfil no Facebook de ambos. O envio das imagens foi feito por perfis supostamente Fakes e por números de telefones com DDDs de diferentes estados e até fora do Brasil. A suspeita é de que o funcionário teria adotado esse procedimento para se passar também por vítima. Diante das divulgações, um novo boletim de ocorrência foi registrado.
O POPULAR manteve contato com o advogado da jovem, que confirmou que as denúncias estão sendo apuradas pela Delegacia de Defesa da Mulher, mas não quis entrar em detalhes pelo fato do caso ser tratado de forma sigilosa pela Polícia. Questionado, porém, sobre a intenção de entrar com um processo por danos morais, o advogado explicou que inicialmente a ideia é responsabilizar criminalmente o funcionário público pelos vazamentos.