Por ora, a possibilidade de greve dos funcionários da Santa Casa de Misericórdia está descartada. Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira, em frente ao hospital, que contou com a presença de profissionais e diretores do Sindicato de Saúde de Campinas e Região, ficou definido, por 38 votos a 26, pelo estado de greve até o dia 9 de janeiro, com a manutenção do atendimento e de todos os serviços no hospital. Caso o pagamento do 13º salário não seja efetuado até a data, a partir de 10 de janeiro, será decretada greve geral.
A decisão chega após a recusa dos funcionários pela proposta de pagamento apresentada pela direção do hospital ao sindicato. Nela, a Santa Casa propôs quitar o 13º em oito parcelas, com início na folha de pagamento de janeiro, considerada irrisória por boa parte dos presentes.
“Essa proposta fica válida até a aprovação de um empréstimo bancário que está em andamento, sendo este finalizado, o pagamento será feito em sua totalidade”, informou a Santa Casa em seu ofício direcionado ao sindicato.

Decisão
Antes marcada para às 6h de hoje, a assembleia foi alterada para às 12h. Com menor adesão de funcionários em relação à segunda-feira, o encontrou foi conduzido pelo diretor jurídico do Sindicato de Saúde, Paulo Gonçalves. Logo após uma breve explanação da situação e apresentar a proposta da Santa Casa aos funcionários, ele propôs o início do estado de greve e o prazo limite para o pagamento até o dia 9.
Depois de adentrar ao hospital e comunicar a decisão, retornou para a área externa e ratificou a decisão. “Demos a eles (direção da Santa Casa) a oportunidade de resolver. Se não pagar, entramos em greve a partir de 10 de janeiro”, sacramentou.
Josué admite culpa e desafia próximo governo
Em entrevista ao jornalista Geraldo Bertanha, o Gebê, na Rádio Transamérica, na manhã desta sexta-feira, o provedor da Santa Casa, Josué Lolli, lamentou a situação e não se isentou de culpa. “Me sinto culpado enquanto não consigo dar uma solução para um problema tão sério”, admitiu.
O provedor fez críticas ao fechamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) neste final de ano, em decisão anunciada por meio de um decreto assinado pelo prefeito Gustavo Stupp (PDT), sob a justificativa da redução de despesas, e já cobrou um novo olhar na Saúde pela próxima Administração Municipal.
“Eu desafio o próximo governo a montar uma gestão de Saúde que comporte isso. A sobrecargas que temos hoje são de pessoas que poderiam ser tratadas nas UBSs”, enfatizou, em claro recado a Carlos Nelson Bueno (PSDB), que assumirá a Prefeitura a partir de 1º de janeiro.

Indagado sobre quem seria o culpado pela situação do hospital, o provedor não titubeou e depositou a responsabilidade tanto na Prefeitura quanto no Governo Federal.
Já no final da entrevista, Josué disse fazer de tudo para que o hospital não feche as portas. “Temos feito o impossível para que isso não ocorra. Sempre no momento mais difícil aparece alguém para ajudar”.
Ele revelou que uma empresa da região já se comprometeu a doar R$ 130 ao hospital, via Fundo do Idoso. O nome da empresa e detalhes da doação deverá ser divulgado nas próximas semanas.