quinta-feira, maio 8, 2025
INICIAL☆ Capa EsporteGabriel Pitta aborda polêmica na Copa Davis e conquistas no México

Gabriel Pitta aborda polêmica na Copa Davis e conquistas no México

De volta ao Boteco, o ex-tenista profissional Gabriel Pitta aborda mal-entendidos relacionados à Copa Davis de 2004, quando representou o Brasil, após Guga e outros atletas terem se recusado a jogar em boicote contra o presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Nelson Nastás, e relembra uma vitoriosa e tumultuada experiência no México.

Boteco – Os próprios jogadores (que estavam promovendo o boicote, como Guga) pediram pra vocês jogarem?

Pitta – Sim. “A gente não vai jogar, mas não podemos dar W.O”. A chance de vocês ganharem (do Peru)… com o time principal já ia ser duríssimo. Eles chegaram pra gente: “Tem que alguém jogar”. Só que nem todo mundo sabia, nem todos jornalistas. Tanto que, depois, o presidente pediu para sair, funcionou o boicote. O Brasil pôde participar da Davis, da Série B, se reerguer em seguida, senão, iria ficar 2 anos suspenso para, só no 3º ano, começar na C. Eles queriam boicote para impactar, não ferrar de vez. Lógico, teve uma ou outra entrevista, coletiva, mas você via maldade e falta de informação, chamando de aventureiro, achando que a gente não tava de acordo com Guga…

Boteco – Vocês podiam se explicar?

Pitta – A gente explicou, alguns entenderam, outros não. Só que, às vezes, uma ou outra pessoa que já leu um comentário antes, o estrago já tava feito, às vezes, aquela pessoa já abriu um jornal, os aventureiros não aderiram ao chamado, a pessoa foi viajar, não pegou a sequência.

Boteco – Muitas curiosidades em torneios no México?

Pitta – Lá os juízes eram bem patriotas e quando você jogava com mexicano era complicado. E a quadra era dura, não deixa marca. A primeira reação do juiz era contra você. Na dúvida, México. E às vezes não na dúvida, meio levemente descarado. Eu tava jogando um torneio bem na simples. Na dupla, já estava na final. Eu tinha vindo de 2 resultados de campeão com meu parceiro Marcelo Mello. O que tá jogando aí, que era 1 do mundo (nas duplas). A gente fechou a parceria para 3 torneios no México. A gente jogou a 1ª semana, Guadalajara, fomos campeões. Depois, fomos para Torreón, campeões. E a gente tava em Obregón, na final das duplas e eu vinha bem na simples, quartas ou semi. E o jogo no tie-break do 3º set, decisivo, e uma bola, foi nítido que tinha saído. O juiz foi contra. No calor do jogo, fiquei enlouquecido e fui conversar com o juiz e comecei a discutir, em portunhol. Fui perdendo a cabeça e falei alguma coisa em português, tipo filho da mãe, nem olhando pra ele, o juiz de linha escutou e falou pra ele, ele me desclassificou. Paguei uma multa alta e, o pior, se você é desclassificado na simples, automaticamente, tá desclassificado do torneio. Ou seja, na dupla, não pude jogar a final. Não é uma atitude correta que tive e o juiz não teve atitude profissional. A gente provavelmente ia ser campeão, 3 torneios seguidos campeões, foi 2 campeões e um vice.

Boteco – Já chegou a quebrar alguma raquete?

Pitta – Infelizmente, já. A raquete é oca por dentro, dependendo da forma que bate, não muito forte, trinca. É até feio falar, mas você tem que saber jogar a raquete. E me custou algumas raquetes até aprender como que joga.

Boteco – Ou às vezes dá vontade de quebrar a raquete mesmo?

Pitta – Tem hora que dá vontade, não que ela seja culpada, mas acaba sobrando pra ela. Porque você se dedica, treina tanto e, uma bola tão fácil, erra. E quer descontar.

Boteco – Acaba descarregando na raquete?

Pitta – Isso, infelizmente, sim. Ou na bola.

Boteco – Pitta volta para abordar curiosidades de uma pré-temporada com Guga, em Santa Catarina, e de treinos com as irmãs Serena e Venus Willians, nos Estados Unidos.

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