As viradas históricas do Atlético-MG na Libertadores e Copa do Brasil inspiram o Mogi Mirim na tentativa de uma classificação heroica no jogo de volta da semifinal do Campeonato Brasileiro da Série C contra o Paysandu, neste domingo, às 16h, em casa. “São acontecimentos do futebol que nos fortalecem. A gente se espelha”, afirmou o técnico Claudinho Batista.
O gol marcado na goleada sofrida por 4 a 1 em Belém serviu de alento. Em função do critério de números de gols fora de casa, o Mogi se classifica com vitória por 3 a 0. Dessa forma, vitória por três gols de diferença a partir de 5 a 2 não serve para o Mogi. Vitória do Sapo por 4 a 1 leva a decisão aos pênaltis. Para se garantir, independente do placar, o Mogi precisa ganhar por saldo de quatro gols. O Paysandu pode perder por dois gols de diferença independente do placar. “Futebol é incerto, tudo pode acontecer. Temos que ir para cima, não temos outra escolha”, comenta o zagueiro Fábio Sanches.
Além do Galo, outro exemplo é o próprio Mogi na final da Copa João Havelange de 1993 contra o Vasco. Depois de perder por 4 a 0, o Sapo repetiu o placar a seu favor e levou o jogo para os pênaltis, mas acabou derrotado.
Claudinho se inspira até em uma situação como jogador do Coritiba, em que a estratégia de seu técnico não funcionou contra a Portuguesa. Depois de perder por 3 a 1, precisava vencer por 2 a 0. Porém, o técnico armou um time defensivo e, faltando 20 minutos, deixou a equipe ofensiva. “Quando a gente conseguiu fazer 2 a 0, ninguém mais marcava. Acabamos sofrendo o gol e ficamos fora do campeonato”, recorda.
Assim, Claudinho decidiu entrar com o atacante Thomas Anderson no lugar do volante Danrlei. “Temos que pressionar desde o começo”, frisa Thomas, autor do gol do acesso.
Invicto no Romildão, o Mogi venceu apenas uma vez por 3 a 0, em casa, contra o Tupi. Na época, o técnico ainda era Márcio Goiano. Já o Paysandu perdeu uma vez por 3 a 0, fora de casa, para o Treze-PB. O técnico ainda era Vica. O Paysandu já se deu bem defendendo uma vantagem. Nas quartas de final, ganhou do Tupi por 2 a 1 em Belém e depois conseguiu vencer em Juiz de Fora por 1 a 0.
Fábio explica que o Mogi deve jogar com a defesa adiantada, mas com a marcação bem próxima quando perder a bola para evitar sofrer gols como os do jogo de ida, com as jogadas em velocidade do adversário: “Temos que ter inteligência”. O Mogi não deve contar com o retorno do goleiro Mauro, contundido. André deve seguir no time. O Paysandu terá os retornos do lateral-direito Yago Pikachu e do atacante Ruan, que cumpriram suspensão. Por outro lado, jogará desfalcado do lateral-esquerdo Airton e do volante Zé Antônio, suspensos. Em seus lugares, devem jogar Fábio Alves e Lenine.