O retorno do Mogi Mirim Esporte Clube à Bezinha resultará na reativação do clássico com a Esportiva Itapirense. Além da Esportiva, são adversários do Mogi no Grupo 4 o Brasilis, de Águas de Lindóia, o Jaguariúna, o Amparo, o Flamengo de Guarulhos e o Guarulhos. O clube, porém, ainda não tem um elenco formado para participar da competição.
Diferente da maioria dos rivais, o Sapão da Mogiana ainda está anunciando avaliações através da rede social ligada ao grupo de Luiz Henrique de Oliveira. O clube lançou um número de WhatsApp para contato e, apesar de citar a imposição de taxas para que os jogadores façam as peneiras, não tornou público o valor.
Porém, ao fazer contato, os interessados recebem uma mensagem com detalhes. Nela há a informação de que serão analisados garotos para o sub15, sub17, sub20 e sub23 (profissional). Vale destacar que o Conselho Técnico do Sub15 e Sub17 acontece no dia 4 de março. Já as avaliações começam no dia 17 de fevereiro.
Os interessados também são informados de que a taxa para a avaliação no sub15 e sub17 é de R$ 150 por atleta. Já para jogadores com idade para sub20 ou sub23, a cobrança é de R$ 200. Para os atletas de fora, as avaliações estão previstas para começar em 24 de fevereiro e o custo é ainda maior, de R$ 650 por semana de alojamento. Ela inclui refeições e um horário de check-in.
Sindicato
De acordo com o Sindicato de Atletas de São Paulo, a cobrança de quaisquer taxas nas categorias de base é proibida. O artigo 29, “g” da Lei Pelé, estabelece ser a formação do atleta gratuita e as expensas da entidade de prática desportiva. “Assim, essa cobrança me parece ser absolutamente ilegal e, portanto, grave”. A frase é de Daniele Cramer, procuradora do Ministério Público do Trabalho em reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo e replicada no site do Sindicato.
Cramer explicou ainda que os atletas em formação nos clubes são trabalhadores e que não podem suportar os riscos e os custos da atividade econômica, que deveriam ser exclusividade do contratante. Embora avaliada pelo sindicato como ilegal, a prática costuma ser feita às claras. “Pagar para estar em uma peneira é a mesma coisa que pagar por uma entrevista de emprego”, afirmou Guilherme Martorelli, advogado do Sindicato. A reportagem tentou contato com Oliveira e pessoas ligadas à sua gestão para falar sobre os testes, mas não teve sucesso.
Foto: Nelson Victal do Prado Júnior