Uma quadrilha especializada em roubo de carga e caminhões foi presa ontem, em Mogi Mirim. Os seis homens detidos faziam parte de um grupo criminoso que agia nas rodovias, não só do Estado de São Paulo, mas também em Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O bando vinha sendo monitorado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e pelo Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) de Guarulhos, desde o início do ano. Por isso, as equipes vieram para Mogi Mirim para prender os criminosos e recuperar uma carga roubada avaliada em R$ 225 mil.
De acordo com os investigadores do Garra, uma denúncia anônima recebida na quarta-feira, 13, informou que uma carga de café tipo exportação roubada em Borda da Mata (MG) estava seguindo para um galpão de uma empresa desativada em Mogi Mirim.
Os investigadores localizaram então o galpão e descobriram que tinha sido alugado há um mês pela quadrilha. Imediatamente, os policias seguiram para Mogi Mirim, onde chegaram às 13h de quinta-feira.
Não havia nenhum membro da quadrilha no local que, inclusive, possuía um sistema de monitoramento para ‘vigiar’ a rodovia. No entanto, o caminhão roubado com toda a carga de café em grãos (36 mil quilos) estava lá.
“Assim que nos certificamos que aquela era a carga roubada em Minas e que o trator do caminhão tinha sido desmontado para vender as peças e desmontar o rastreador, decidimos fazer campana no galpão. Ficamos lá das 13h de quinta até hoje (ontem) de manhã, por volta das 6h30”, contou um dos investigadores.
Às 6h30, um ‘porteiro’, que seria segundo a polícia, uma espécie de olheiro do bando, chegou ao galpão. Ele foi rendido pelos policiais que o obrigaram a ligar para o grupo e dizer que estava tudo bem, que poderiam vir até o local para terminar de desmontar o caminhão e dar destino para a carga de café.
Algum tempo depois, outros cinco membros do bando apareceram. “Eles chegaram em um Uno. Não estavam armados. Assim que entraram no galpão, foram rendidos sem resistência”, contou um policial.
Motorista
O motorista do caminhão roubado, Sérgio Teixeira de Carvalho, de 37 anos, foi libertado pelo bando na manhã de quinta-feira, depois de passar cerca de oito horas em poder dos assaltantes. Ele foi libertado na estrada que liga Jacutinga a Itapira, onde pediu ajuda e comunicou o caso à polícia.
Segundo o motorista, ele tinha carregado o caminhão com R$ 225 mil de café em grãos no dia 12, em Águia Branca (ES). O destino da carga era a cidade de Araras (SP). No entanto, à 1h do dia 14, parou em uma área de descanso em Borda da Mata (MG), onde, cerca de uma hora e meia mais tarde, foi rendido pela quadrilha.
Os presos
Todos os detidos tinham passagens anteriores pela polícia, pelos crimes de furto, receptação e porte ilegal de arma. Na Delegacia de Guarulhos, os seis foram identificados: Sérgio Carlos Barra Vieira, William Novaes de Souza Lima, Juliano da Silva Barros, Bruno Wellington Brígida, Eliton de Souza Santos e Flávio Antonio Cavalcanti. Todos os presos eram moradores da cidade de Campinas.
Estratégico
O local escolhido pelos criminosos para esconder o caminhão e a carga era estratégico, segundo a polícia. O galpão localizado na SP-340 em Mogi Mirim, fica próximo às rodovias que dão acesso à Fernão Dias e à Presidente Dutra, duas vias bastante movimentadas e que, frequentemente, são alvos de ladrões de cargas. A quadrilha foi presa por receptação e associação criminosa.
