Temos um quadro com a frase de José Datrino, popularmente conhecido como “Profeta Gentileza”. Para mim, imagens presas pela casa precisam transmitir significado, não apenas decorar.
Pode parecer bobagem, mas cada vez que passo por ela ativo em meu cérebro essa mensagem e durante o desenrolar da rotina, muitas vezes já tive que ir na caixinha resgatá-la para escolher prosseguir na calmaria. Também uso como pílula para meus adolescentes.
Não sei na casa de vocês, mas, na minha, de vez em quando, só de vez em quando, as palavras entre eles são duras e agressivas.
Teve um tempo que eu e o Alisson fizemos a campanha “Seja em casa o que você é na rua”. Isso porque, desde sempre, só ouvimos elogios dos pais dos amigos, dos amigos, da escola. É sempre “Nossa, como a Gabi é delicada”; “O Neto é tão calmo né?”; “São tão educados!”. Enquanto isso nos corredores do Jardim Longatto…
É triste, mas somos piores com as pessoas que sabemos que temos vínculos eternos. Euzinha mesma, quantas vezes estou brava com alguma situação, às vezes com o próprio cidadão e, em vez de gritar com o marido, berro com os filhos.
É que, no fundo, sei que a relação matrimonial é mais arriscada que a materna. Assumo que isso é uma covardia e também tenho consciência que, embora haja o vínculo sanguíneo, ele não garante o vínculo amoroso. Ser melhor com os amigos do que com os irmãos deve seguir esta mesma linha.
Acredito que seja mais um padrão que vamos repetindo, até um dia que conseguimos olhar para ele e ver que pode ser diferente. Depois, é lutar dia a dia com o que está enraizado para fazer diferente.
É aí que a positividade, tão em moda, entra. Por isso a importância de frases como a do título. De fotos que ressuscitem a alegria daquele momento cada vez que olhamos para elas. Nosso cérebro é nosso inimigo mais desafiador e precisamos encontrar nossas próprias ferramentas para vencê-lo. Do mais, é seguir plantando sementes e regando para que elas cresçam.