O processo de industrialização é dos pontos fundamentais para o desenvolvimento de uma cidade. Está, sem dúvida, em um patamar importante, ao lado do investimento em educação e saúde (e todas as suas vertentes, como esporte e cultura) e de políticas públicas de zelo social.
Na última semana, a Prefeitura anunciou a chegada a Mogi Mirim de uma empresa que fabrica pão de alho. Há a expectativa de geração de 40 empregos já de imediato. Claro que é algo a se comemorar. E claro que se vive sempre a expectativa de que novas empresas aportem. Até porque o atual prefeito Paulo Silva tem impregnado nele a imagem das chegadas de empresas ao município em sua outra passagem pelo Executivo.
Talvez, inclusive, isto tenha pesado para que vencesse a eleição de 2020. Por mais que os seus primeiros oito anos de mandatos não seja, assim, algo tão recente. E por mais que, também, tenha quem diga que Paulo apenas surfou no enorme sucesso do Mogi Mirim Esporte Clube e nos ótimos canais abertos pelo então presidente da equipe esportiva, o empresário Wilson Fernandes de Barros. O fato é que estes empreendimentos desembarcaram na cidade, geraram empregos e o prefeito da época era ele.
E é interessante que este desenvolvimento capitalista esteja tão conectado ao prefeito mais, digamos, à esquerda que cidade teve nos últimos anos. Paulo também é reconhecido pelo viés social, afinal, sempre esteve neste espectro da política. E é bom que sigamos atentos a este movimento que pode ser chamado de “nova industrialização”.
Batalhar por algo assim deve ser uma premissa de qualquer governo municipal. Não dá para negar que somos reféns do capital e que necessitamos de emprego para tentar sobreviver com a melhor qualidade de vida possível. Investir tempo e recursos em uma política pública de geração de emprego e renda é fundamental.
Mas não podemos esquecer. Novas indústrias são fundamentais e que venham mais, com a abertura de milhares e milhares de novos postos de trabalho. Porém, é também crucial que um governo municipal atue no desenvolvimento das empresas que já estão aqui instaladas e isto inclui inúmeros negócios de legítimos mogimirianos. Outro ponto é que esta estratégia não pode ficar restrita à indústria e às áreas de comércio e serviços, entre outras, também precisam constar nestas execuções.
Perto de muitas, somos uma cidade em ótimas condições. Porém, não dá para negar que até mesmo muitos empreendedores, por seus ganhos e tempo dispendidos para os negócios, se aproximam mais do proletariado que do patronato. E é por isso que esta deve ser sempre uma via de mão dupla.
E com uma faixa fundamental no meio: a educação, seja ela normal ou tecnológica. Tudo isso em momento ímpar, em que as consequências da batalha contra um vírus mortal e a inércia governamental e da sociedade no combate à esta pandemia atingem exatamente a economia.
