Após um ano e oito meses à frente da Secretaria de Saúde, pasta considerada por ele como uma das mais prazerosas e desafiadoras durante seu trabalho na atual Administração Municipal, período encerrado na segunda-feira, o vice-prefeito e agora ex-secretário de Saúde, Gerson Rossi, falou pela primeira vez sobre sua saída. Sem ligação com as exonerações de funcionários e corte de despesas impostas pela Prefeitura nas últimas semanas, como ele mesmo explicou, afirmou ter pedido para sair, revelou estar descontente com atitudes políticas e administrativas tomadas pelo atual governo e se vê a partir de agora livre para sua independência políticas.
Rossi afirmou que uma reunião na semana passada com o prefeito Gustavo Stupp (PDT) sacramentou sua saída da base do governo, e que além de não concordar com medidas adotadas pelo Executivo, enxerga este o momento para o início das articulações políticas visando às eleições para prefeito e vereador em 2016. “Devido a alguns descontentamentos ou algumas atitudes administrativas que eu não estou de acordo, pedi na semana passada para que eu pudesse me afastar. Já era minha intenção desvincular da secretaria porque além de ser gestor e vice-prefeito, eu sou presidente de um partido (PPS), não tem como eu fugir desta conversa. Agora é o momento, faltando um ano da eleição”, explicou.
Parte deste descontentamento está ligado a desentendimentos administrativos, a exemplo de divergências de ideias encontradas na Secretaria de Saúde, como a aplicação de recursos para a pasta no ano que vem. “Busquei intervir, mas sem sucesso. Não era mais oportuno a minha interferência”, ressaltou.
Economia, não!
Embora muitas pessoas, como ele mesmo colocou, tenham atribuído sua saída ao pacote de medidas para sanar os gastos do Poder Público, como a exoneração de secretários e comissionados na última semana, nada passou de uma mera coincidência. “Chega uma hora que o político-administrativo começa a bater de frente”, reforçou.
O vice-prefeito fez questão de ressaltar que o responsável pelo andamento da gestão pública é Stupp e que apenas auxilia nas atribuições concedidas a ele. “Vou justificar meu trabalho de vice, mas sem diretamente estar fazendo parte do governo. O governo é feito pelo prefeito e seus secretários. A partir do momento que eu deixo de ser secretário, eu deixo de fazer parte do governo”, admitiu.
Rompimento
Gerson discorda do termo rompimento com o governo ao ser indagado como via seu desligamento e que a partir de agora focará na filiação partidária de novos membros ao PPS e conversas com os dois vereadores do partido na Câmara Municipal, Laércio Rocha Pires, defensor assíduo de Stupp, e Manoel Palomino, de postura mais comedida embora seja aliado do prefeito. “Eu não sou de briga, não sou de falar em rompimento. Agora vou conversar com os vereadores e tomar as atitudes que forem necessárias”, disse.
Gerson não se vê como pula-galho
Desde o início da atual gestão, em janeiro de 2013, Gerson acumula passagens por diversas secretarias municipais, como Esporte, Juventude e Lazer (Sejel), Segurança Pública e Educação. Apesar disso, afasta o rótulo de pula-galho e não acredita ter sido deixado de lado no governo. “Não entendo que sou pula-galo. O nosso compromisso foi durante este mandato. Não existe traição de um lado e nem do outro. Ele (Stupp) entendeu que eu tenho que estar livre e eu quero estar livre”, completou.