De volta ao Boteco, o lateral Gigio recorda as confusões das semifinais da Copa Unimed pelo Piteiras diante do Latitude, de Itapira.
Boteco – Muitas histórias na Copa Regional Unimed?
Gigio – O Latitude, de Itapira, tinha um time muito bom e a torcida muito briguenta. Teve uma semifinal, a gente perdeu lá, saiu briga, queriam bater no Zito, em todo mundo. Viemos jogar aqui, no Tucurão, estávamos ganhando de 1 a 0, a torcida deles invadiu. Eu tinha amigos do outro lado, que eu tinha um primo de Itapira. A Polícia separou e eu fiquei conversando com a turma do Latitude. A polícia tava acalmando, já tinha colocado a torcida para fora e nosso time do Piteiras já tinha descido para trocar de roupa.
Boteco – Para fugir?
Gigio – Isso. Daqui a pouco, eu desço, cadê a turma do Piteiras? Já estava tudo na casa do Zito tomando cerveja. Estavam com medo de sair briga. Trancaram lá, eu sem banho, sem bolsa. Fiquei sozinho. Tive que ligar para alguém buscar eu lá. Aí fomos pro terceiro jogo, campo neutro, Conchal, sem torcida. Empatamos. A gente tinha ganhado um, eles outro, foi pros pênaltis. O Cleber goleiro catou o pênalti do rapaz de Itapira, foi cumprimentar o cara, o cara deu um murro, quebrou o nariz do Cleber. Aí foi batendo, ficou o último pênalti pro Lélis bater.
Boteco – E teve reação depois do soco? Foi expulso?
Gigio – Não, continuou. Juiz ficou com medo também. Os caras levaram torcida, ficaram subindo em árvore, ameaçando. Os caras eram “meio pesadão”. O Lélis foi pro último pênalti. A hora que foi bater, ele olhou para todo mundo: “o que eu faço agora?”. A gente: “faz o gol e vamos pra final”. Ele fez o gol. No que fez, os caras do nosso time correram pro vestiário para não brigar e os caras atrás da gente para brigar porque não aceitavam perder pra gente. Eu tava indo para cumprimentar, a hora que eu vi a turma correndo, comecei a correr também. Aí entramos no vestiário, fechamos. Os caras começaram a tacar tudo que achavam no vestiário. Tinha uns 8 no banheirinho de um metro quadrado. Os caras tacavam pedra, fazia barulho no vidro, o Valmir: “é tiro, pessoal, é tiro”. O Mainho com um litro de éter esperando para jogar no olho se o cara viesse perto do nosso vestiário. Aí o cara mandou uma pedrada e deu nas costas do Zito. A gente ficou lá uns 40 minutos, foi polícia buscar a gente, a torcida do Saje (de Conchal) ajudou a colocar os caras para correr para a gente sair de lá, aí a gente pegou o ônibus e veio por Martinho Prado, pelo Guaçu, para não encontrar com os caras esperando nós na rodoviária, porque falaram que iam esperar a gente aqui.
Boteco – Não pensaram em falar pro Lélis errar o pênalti?
Gigio – Não, imagina. A gente apanha, mas a gente ganha, vamos pra final que é mais gostoso.
Boteco – Como gandula nos jogos do Mogi Mirim, o que você já ouviu no campo de curioso entre os jogadores?
Gigio – Eles falam muito palavrão, uma pessoa que eu não sei se fazia isso para tirar o outro da concentração, Lucas Fonseca (ex-zagueiro do Mogi) xingava muito os adversários e tirava muito sarro, porque ele é bom de bola também. “Você é fraco, vai para lá que você não vai ganhar uma de mim”. E dava risada na cara do cara. Aí ganhava e falava: “não falei que você é fraco”. Fazia isso direto.
Boteco – Gigio volta para contar quando disputou uma final de Campeonato Amador em Mogi Mirim depois de ter saído de uma festa de um título em Mogi Guaçu regada a cerveja!