quinta-feira, junho 5, 2025
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Gilmar Fubá recorda: vaidade no Corinthians movida a carros

De volta ao Boteco, o ex-volante Gilmar conta que a guerra de vaidade no Corinthians, de Marcelinho, Edílson & Cia., era movida por carros e roupas e não pelo futebol.

Boteco – Como era sua relação com o Luxemburgo?

Gilmar – Me dava bem, ele era meu pai. No último jogo da final do Brasileiro de 98, eu não joguei, estava machucado. Aí o Luxemburgo deu uma entrevista: “o único jogador que eu não queria perder, eu perdi”. Porque eu era o único que corria, tinha Rincón, Vampeta, Marcelinho, Edílson, Luizão, ninguém corria, o único que tinha que marcar era eu e o Batata, o Gamarra ficava na sobra.

Boteco – Aconteciam muitas polêmicas no grupo?

Gilmar – Acontecia, porque era muita estrela, um grupo quando tem muito estrela, a vaidade acaba deixando sobressair. As brigas não eram nem por causa de futebol. Era por relógio, carro, roupa, saíam essas confusões.

Boteco – Por causa de carro?

Gilmar – De carro, já vi tanta confusão por causa de carro, um quer chegar com o carro melhor que o outro, relógio. O cara comprava para aparecer mais que o outro. Até eu já tive uma Ferrari, fiquei com ela meio período. No treino da tarde, o Wanderley mandou eu vender (risos). Porque é o seguinte, eu comprei uma BMW na Osten. Na primeira vez que eu fui não deram muita moral. Depois, todo jogador que vinha pro clube eu levava lá para comprar. E o dono ficou meu amigo. Os caras compravam uma, duas. Todo ano chegava jogador e eu levava os caras para comprar. Aí eu tinha um caixa lá já. Eu tinha uma BMW, troquei por uma Ferrari. “Gosto de você, você vai pagar essa Ferrari, vai me dar mais um valor, vai levar essa Ferrari”.

Boteco – Aí quando chegou com a Ferrari, como foi?

Gilmar – Cheguei no treino de manhã, todo mundo tirando foto, o Wanderley não tava. Ele tava na seleção, voltando de viagem. Ele fazia os dois. Aí a tarde, quando ele chegou, ele viu. Me chamou na salinha: “se você não vender, vou te mandar embora”. Mas tá certo ele. Tive que devolver.

Boteco – Os outros jogadores ele mandava devolver também?

Gilmar – Os caras renomados compravam o carro que queria, ele fez isso por mim porque gostava de mim, queria que eu comprasse apartamento, casa.

Boteco – Na hora você ficou bravo?

Gilmar – Fica né? Mas depois se parar pra pensar…

Boteco – E o elenco? o que falava?

Gilmar – “Esse negão é doido, né”. O Marcelinho falava: “você vai morar dentro da Ferrari, cadê seu apartamento?”.

Boteco – A história que contam da BMW é verdade?

Gilmar – É verdade, eu cheguei um dia no Corinthians em 97, fomos campeões paulistas em cima do São Paulo. Eu ganhava R$ 1 mil por mês, tinha acabado de subir pro profissional. Aí eu fui no banco, quando eu tirei um extrato, tinha R$ 190 mil na conta (da premiação). Eu não sabia nem quanto era, eu perguntei: “quanto é esse valor aqui?”. “190 mil”. “Mas o que dá para comprar?”. Na época, a mulher falou: “dá para você comprar três apartamentos”. Falei: “caramba. Quero tirar esse dinheiro”. Aí ela: “não é assim, você tem que agendar”. Aí eu agendei cinco dias, fui tirar esse dinheiro com duas malas cheias. Peguei e fui comprar a BMW, não falei nada para ninguém. Cheguei com a BMW em São Mateus, não tinha nem garagem para colocar. Aí minha mãe falou: “você é louco, comprar esse carro”. Aí minha mãe ficava dormindo dentro tomando conta para ninguém roubar.

Boteco – Gilmar volta para revelar como ia direto das baladas para os treinos com Vampeta e era colocado para dormir pelo treinador! Confira quem era o treinador, que, segundo Gilmar, encobria suas farras no Timão!

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